quinta-feira, dezembro 17, 2009

A Agência Ecclesia divulga o projecto "Fazenda da Esperança" em Portugal




Projecto internacional de recuperação de toxicodependentes chega a Portugal
«Fazenda da Esperança» conta com o apoio da Diocese da Guarda, da Câmara de Celorico da Beira e da Fundação AIS
O Projecto internacional «Fazendas da Esperança», de recuperação de pessoas dependentes de drogas e álcool, vai chegar a Portugal. A iniciativa é apresentada esta Sexta-feira, 18 de Dezembro, no Centro Pastoral D. João de Oliveira Matos, em Celorico da Beira.
Nascido há 24 anos, e com mais de 65 centros localizados em países como Brasil, Alemanha, Argentina, México, Paraguai, Rússia, Filipinas, Moçambique, a «Fazenda da Esperança» é uma comunidade católica que visa a recuperação dos mais variados tipos de dependência, através do trabalho, vida comunitária e espiritualidade.
Aberto a pessoas de todas as religiões ou sem religião alguma, o tratamento dura um ano e quem a ele recorre tem assistência básica, sendo viabilizada a sua permanência na entidade.
Com o apoio da Diocese da Guarda, da Câmara Municipal de Celorico da Beira, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre e de particulares, este projecto dá agora os primeiros passos em Portugal, estando prevista a construção da primeira casa de acolhimento no Concelho de Celorico da Beira, revela um comunicado enviado à Agência ECCLESIA pela Diocese.
A apresentação pública deste projecto estará a cargo do Padre Christian Heim, responsável pelas Fazendas da Esperança na Europa. Neste evento, estarão ainda presentes dois voluntários brasileiros que trabalham numa «Fazenda da Esperança» na Alemanha e que irão partilhar a sua experiência.
Em Maio de 2007, no Brasil, Bento XVI visitou a comunidade da Fazenda da Esperança, manifestado o seu “apreço por esta Obra, que tem como alicerce espiritual o carisma de São Francisco e a espiritualidade do Movimento dos Focolares”.
“Mediante uma terapia, que inclui a assistência médica, psicológica e pedagógica, mas também muita oração, trabalho manual e disciplina, são já numerosas as pessoas, sobretudo jovens, que conseguiram livrar-se da dependência química e do álcool e recuperar o sentido da vida”, disse então.


ACOMPANHA O ANDAMENTO DESTE PROJECTO EM:http://fazendadaesperancamacaldochao.blogspot.com/

domingo, novembro 29, 2009

Pe. Ivan Hudz, colega da UCP promove uma homenagem aos milhões de ucranianos mortos na "Grande Fome»

A Capelania Ucraniana de Rito Bizantino promove a realização, no dia 29 de Novembro, um memorial religioso que visa prestar homenagem a todos os nossos compatriotas que pereceram na Grande Fome ucraniana de 1932-1933.

“A iniciativa é de rezar pelas vítimas da Grande Fome que pereceram inocentemente às mãos dum regime injusto e totalitário”, refere o Pe. Ivan Hudz, coordenador da referida Capelania.

O objectivo é unir os cristãos de Portugal e da Ucrânia “numa justa homenagem não só a todas as vítimas dessa tragédia histórica, como também lembrar os que hoje ainda sofrem qualquer espécie de perseguição e carência”.

Estima-se que cerca de 7 milhões de ucranianos tenham morrido por ordem de Estaline, que desapossou as famílias agrárias. Aldeias e vilas foram riscadas do mapa.

O Pe. Hudz deixa o convite para que nas comunidades paroquiais das várias Dioceses do nosso país seja promovido “um breve momento de oração que reflicta o comum propósito das Igrejas de Portugal e da Ucrânia para estarmos unidos na denúncia das opressões e injustiças do nosso tempo e, assim, prestarmos homenagem a todas as vítimas que nelas perecem, as quais são simbolizadas, neste preciso dia, na tragédia da Grande Fome de 1932-1933”.

Vamos prestar homenagem aos Ucranianos - uns só porque tinham terras que sabiam, com suor e dedicação, trabalhar e delas tirar o pão de cada dia. Quando temos entre nós uma grande comunidade de Ucranianos, não deixaremos de, neste dia, que neste ano é Domingo, de nas nossas Eucaristias fazer um momento de oração por aqueles que morreram na Ucrânia na Grande Fome e por todos os que ainda hoje continuam a ser vítimas da injustiça e da violência.

Em 2008, 75.º aniversário da Holodomor, Bento XVI deixou votos de que “nunca mais ordenamento político algum possa, em nome de uma ideologia, negar os direitos da pessoa humana, a sua liberdade e dignidade”, garantindo a sua “oração por todas as vítimas inocentes daquela tragédia”.

Fonte: Agência Ecclesia

domingo, novembro 22, 2009

"Vim a este mundo para dar testemunho da Verdade"

Jesus veio ao mundo dos homens para dar testemunho da verdade de Deus. A verdade de Deus é o amor, pois “Deus é amor”. Sim, Jesus veio a este mundo revelar a verdade do coração de Deus, testemunhar quanto Ele ama os homens e desvendar os seus desígnios a respeito do mundo e da história. O Deus amor sonhou e ama cada homem como seu filho e com todos os homens sonhou e quer formar uma única família.
“Vim para dar testemunho da verdade”:
  • A verdade de que Deus é Pai e ama imensamente o homem e que, por conseguinte, cada homem deve amá-lo com todo o seu coração, deixando “que Ele seja Deus na sua vida”. Dar a Deus a liberdade de ser Deus na sua vida, de manifestar nele todas as potencialidades do seu amor! Caso contrário, o homem não poderá experimentar a grandeza de Deus e nunca O chegará a conhecer verdadeiramente.
  • A verdade de que cada homem é um irmão e que, por isso mesmo, cada um deve amar o seu semelhante como a si mesmo, vendo nele um filho de Deus. Este amor fraterno é, antes de mais, doação e abertura do nosso coração e da nossa vida aos outros filhos de Deus. Depois, amor ao próximo é verdade e autenticidade, humildade e mansidão, justiça e solidariedade, misericórdia e perdão, transparência e pureza de coração e de intenções, unidade e paz.

Jesus, dando testemunho da verdade, torna possível o mundo novo - um mundo que corresponde aos sonhos de Deus e às aspirações dos homens. Na verdade, Jesus veio a este mundo para que o seu reino, que não é deste mundo, transforme o mundo dos homens, ou seja, para que o mundo do dos homens seja também reino de Deus! Um mundo que se constrói segundo a verdade de Deus e em que os homens vivem ao ritmo do coração de Deus. Esse é o mundo em que todos os homens, e não apenas alguns, se podem realizar como pessoas e atingir a sua plenitude humana.

“Tu és rei?” Jesus é rei mas não é como Pilatos. E Pilatos pode estar sossegado porque Jesus não vem para lhe roubar o lugar. Mas vem, isso sim, para lhe ensinar, a ele e aos Pilatos de todos os tempos, que ser rei (governar) é uma missão e o poder deve ser exercido com espírito de serviço, com verdade e amor.

  • O poder não confere a quem o detém o direito de o usar em seu benefício pessoal nem para impor aos outros as suas ideias ou pontos de vista, as suas crenças ou descrenças, os seus valores ou a falta deles. Pelo contrário, quem governa assume o dever de promover e garantir o bem comum de todos os cidadãos.
  • “Mandar” encerra mais deveres do que direitos, realidade ignorada pela maior parte dos que mandam. Muitas vezes, eles esquecem que a legitimidade do cargo não se esgota no facto de terem sido escolhidos para ele, mas que pressupõe também a aceitação das responsabilidades e o cumprimento dos deveres que lhe são inerentes. Quem procura o poder, se o faz por vocação, deve estar mais motivado pelo desejo de fazer bem aos outros do que por conseguir vantagens para si próprio,
  • Infelizmente, em todos os tempos e em todos os regimes políticos, com muita frequência, o poder anda de mãos dadas e convive com a mentira e a hipocrisia, com a arrogância e a arbitrariedade, com a ambição e a vaidade, com a ganância e a corrupção.
  • Infelizmente, muitos governantes usam o poder para atentar contra direitos e valores que deveriam proteger e salvaguardar. É ilegítimo o uso do poder em tais circunstância, mesmo que seja um poder obtido democraticamente.

- É, pois, ilegítimo usar o poder para legislar contra a vida, como no caso do aborto e da eutanásia. A vida humana é anterior e vale mais do que qualquer tipo de poder humano. Por isso mesmo, nenhum poder humano se pode sobrepor à vida humana, decidindo o termo da mesma.

- Usa-se ilegitimamente o poder contra a família, quando se protege e favorece mais o divórcio que o casamento, ou quando se quer dar o estatuto de casamento às uniões de pessoas do mesmo sexo. As pessoas tem direito a ser diferentes, mas não podem, ao mesmo tempo, reivindicar os direitos como se fossem iguais. Ou uma coisa ou outra! É uma questão de justiça e de igualdade!

- Usa-se ilegitimamente o poder, quando os governantes favorecem os interesses dos ricos e dos grandes grupos económicos, em detrimento dos trabalhadores e dos cidadãos comuns, aumentando as desigualdades e as injustiças sociais.

- Abusam do poder aqueles que procuram erradicar, em nome dos direitos de certas minorias, os sinais religiosos dos lugares públicos, como a recente determinação do tribunal europeu que exige a retirada dos crucifixos das escolas italianas. Mas será que os direitos das minorias valem mais do que os direitos das maiorias? Ou, pior ainda, as maiorias, sobretudo se são maiorias cristãs, não têm direitos? Não é legítimo nem aceitável que o fanatismo religioso de alguns ou a descrença de outros roubem a liberdade aos cristãos, como se a liberdade destes valesse menos do que a intolerância daqueles.

- Na mesma linha, abusam do poder aqueles que, em nome de uma laicidade mal entendida, implementam uma educação sem Deus, esquecendo por completo a dimensão espiritual das crianças e dos jovens. Deste modo limitam os seus horizontes existenciais e impedem-nos de um desenvolvimento integral e harmonioso.

Jesus ensina, com o seu exemplo, que ser rei é servir, amando as pessoas ao ponto de se sacrificar e dar a vida por elas. O bem dos cidadãos é que deve motivar e animar toda a acção governativa. Só assim se constrói uma sociedade justa e fraterna, um mundo de amor e de paz.

terça-feira, novembro 10, 2009

Semana dos Seminários

De 8 a 15 de Novembro, a Igreja em Portugal celebra a Semana dos Seminários. Sobre este acontecimento, D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, escreve: “Neste ano, que é Ano Sacerdotal, queremos responder aos apelos do Papa Bento XVI, que nos pede a todos, sacerdotes e outros fiéis, que coloquemos como nossa prioridade o esforço por desenvolver a pastoral das vocações sacerdotais”. E acrescenta: “Peço, por isso, também a todas as nossas comunidades que, ao longo desta semana, tomem iniciativas concretas de oração e outras para dar resposta a este apelo do Papa, que é também a urgência que sentimos na nossa Diocese”.
Os ofertórios do dia 15 de Novembro, em todas as assembleias dominicais da Diocese, são para apoiar os seminários.

Nestes lugares sentir-se bem é natural

Mas que lugar lindo! Estas e outras expressões são as que recebemos tanto dos que visitam as Fazendas da Esperança como dos que chegam para lá passar 12 meses de luta para se recuperarem.

Os responsáveis procuram ficar atentos a harmonia das Fazendas, pois é ela que faz com que os recuperantes se sintam bem e aconchegados. “Muitas pessoas ao despedirem-se afirmam ter sentido a presença de Deus nas nossas casas e isso só é possível graças ao esforço dos jovens em manter a comunidade bem arrumada”, afirma frei Hans Stapel, franciscano, fundador da Fazenda da Esperança.
Os jovens recém-chegados, nos primeiros três meses de recuperação, inserem-se no chamado período de triagem, pois nesse período não recebem a visita dos seus familiares e esse é o tempo mais difícil para todos os internos.
Enquanto eles procuram organizar o seu interior desestruturados pelas drogas e álcool também ficam, na maioria das vezes, responsáveis pela harmonia das suas comunidades. Trabalham na jardinagem, nas limpezas dos espaços comuns e são acompanhados mais de perto para se poderem reestruturar.
Mesmo depois de passam por este momento, os recuperantes são orientados a continuar a viver a harmonia nas suas vidas. A limpar a casa de banho das sua casa, a arrumar a cama onde dormem, a lavar bem as roupas que usam...
Muitas vezes os responsáveis, procuram comparar o estado do seu guarda-roupa com o estado em que está a sua vida, buscam cativar os jovens a manter organizadas as obrigações que assumem dentro da comunidade terapêutica.
Reformar as casas, pintar, procurar que fiquem bonitas é a obrigação de todos como também a de procurar conservar o que tem, não usar de forma errada e procurar não interferir de forma negativa onde moram faz parte do dia a dia dos “fazendeiros”.
No primeiro momento é um pouco complicado, pois os jovens chegam da sociedade completamente destruídos, sem chão, sem rumo, pois as drogas tiram-lhe tudo até mesmo o uidado que deviam ter consigo mesmo. No entanto, na Fazenda da Esperança tem a oportunidade de reconquistar isso.
Isso acontece quase indirectamente, porque quando um jovem consegue contribuir para a manutenção ou reconstrução de uma casa ele sente-se capaz de conduzir harmoniosamente sua vida.

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segunda-feira, novembro 02, 2009

A Fazenda da Esperança está a nascer... no Maçal do Chão

Onde tudo começou

Fo nesta humildade terra onde tudo começou
Na igrejinha de Nossa senhora da Glória em que o frei chegou
Vivendo com simplicidade a dor, o Evangelho fez brotar
Uma semente de esperança, vários jovens passaram a sonhar

E no início tudo era apenas um sonho tão belo
mas no dia a dia formou-se com Deus um forte elo,
Naquele tempo muito poucos poderiam imaginar
que de pequenas obras algo de grandioso se iria formar.
.
Mas o caminho amigo não foi fácil não
Foi necessário muita luta, força e amor no coração.
As dificuldades surgiram e o sofrimento apareceu
Mas no final de tudo o amor prevaleceu.
Graças a Deus e a muita gente de boa vontade.
Todo este povo tem hoje uma nova realidade
De muita esperança pra ser feliz
Mas para isso muita gente morreu para o que quis.
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Hoje o passado e o presente servem para nos mostrar
Que a vivência da palavra e a fé podem transformar
A vida de qualquer pessoa e fazer aparecer
Um novo mundo onde o que importa é o amor vencer.
.
E vários jovens passam a seguir essa filosofia
E um deles vive-a plenamente, exactamente numa esquina
Morrendo para a sua vontade, emprestendo o que era seu
Para outro jovem que com esse gesto percebeu
Que se o amor prevalece, algo de bom acontece
Como a fazenda da Esperança que até hoje ainda cresce (agora no MAÇAL DO CHÃO)
Tirando tantos das drogas e mostrando o amor de Deus
Dando um sentido à vida, pois esse sentido é Deus
por mais dificil que pareça ser uma situação
.
ACREDITE, ela tem uma solução
Olhe pra trás e veja como tudo aconteceu
De pequenes gesto de amor, uma nova realidade nasceu


CD "Devolver um alma ao mundo" - Fazenda da Esperança

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sábado, outubro 24, 2009

Notícias do Brasil: na Fazenda da Esperanca

A realidade supera as expectativas.


Está realmente a valer a pena, conhecer por dentro a Fazenda da Esperanca nas pedrinhas de Guaratinguetá - Brasil.


Num vale perdido das montanhas surgiu a esperanca para muitos jovens que já nao acreditavam que o retorno a vida seria possível.

A todo o momento somos confrontados com testemunhos de vida, que até levam um padre a chorar (dois!!!).

Este ambiente, esta alegria, esta convivencia saudável entre 150 jovens, este espírito de partilha custa a módica quantia de: ...

A Escuta da PALAVRA DE DEUS;

O esforco no TRABALHO;

A vida em COMUNIDADE.

Mantenha a esperanca por novas notícias... elas irao surgir



PS: O teclado é brasileiro, pelo que certos acentos nao existem.

sábado, outubro 10, 2009

"Quem pode então salvar-se?"

Ao ouvirem da boca de Jesus o que é necessário fazer para alcançar a vida eterna, os apóstolos concluem que a salvação não está ao alcance dos homens. Na verdade, a salvação não é algo que o homem possa conseguir só por si, apenas com o seu esforço. Pelo contrário, a salvação é, acima de tudo, um dom de Deus, só Deus pode conceder ao homem a vida eterna. Deus pode e quer. Por isso mesmo, Ele torna possível o que é impossível ao homem.
Deus torna possível, mas o homem tem de fazer a sua parte. A salvação tem de ser desejada e procurada pelo homem. O homem tem de aceitar e corresponder ao dom de Deus.
  • Num primeiro momento, e na resposta ao homem que O interpela, Jesus indica os mandamentos, enumerando aqueles que se referem ao próximo, como o caminho que conduz o homem à vida eterna.
  • Depois, lançando-lhe o desafio da perfeição, Jesus pede ao homem que abdique de todos os seus bens: “vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me”. O desprendimento não vale por si mesmo. Ele vale enquanto se traduz em partilha com os pobres. Além disso, a renúncia aos bens tem sentido na medida em que o homem fica mais livre para seguir Jesus.
Aquele homem sente-se perturbado com aquela exigência e considera que Jesus foi longe de mais. Ele, que antes tinha dito que cumpria os mandamentos desde a sua juventude, agora afasta-se de Jesus entristecido, porque tinha muitos bens e estava muito preso a eles.
  • Afinal, o homem não cumpria tão bem os mandamentos como ele pensava. Antes de mais, não cumpria o mandamento do amor a Deus, porque era aos bens e não a Deus que ele dava o primeiro lugar do seu coração e da sua vida. Depois, também não amava o seu próximo como devia, pois não estava disposto a partilhar com ele os seus bens.
  • Quem está agarrado aos bens materiais e confia excessivamente nas seguranças humanas, é alguém que também absolutiza as suas ideias e certezas, alguém que vive fechado na sua vida e vê tudo em função de si mesmo. Nestas circunstâncias, o homem perde a capacidade e a sensibilidade para amar o seu semelhante.

Contrariamente ao que pode aparecer à primeira vista, o “ser perfeito” não é algo mais para além do cumprimento dos mandamentos, mas sim a exigência de vivê-los de um modo radical. Não basta cumprir o “não” dos mandamentos: “não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não cometas fraude”. Amar não pode limitar-se ao não fazer mal às pessoas.
Pelo contrário, implica fazer algo de positivo por elas. Amar envolve e compromete necessariamente o coração do homem, passa por renunciar e a si mesmo e comunicar aos outros algo da sua vida e do que é.

“Quem pode então salvar-se?”
Tu estás efectivamente preocupado com isso?
Queres realmente salvar-te?
Para tal, estás disposto a dar a Deus a oportunidade de te salvar?
Mas antes: acreditas realmente na vida eterna?
Consegues sonhar para além dos limites do tempo e dos horizontes do mundo?
Vibras com a ideia de viver eternamente com Deus, usufruindo da plenitude da sua vida?
Aspiras a esse mundo de felicidade e fazes dele a meta última da tua caminhada existencial?

“Quem pode então salvar-se?”
Deus quer salvar-te. É o que Ele mais deseja para ti.
E tu queres que Ele te salve?
Mas, então, quem é que ocupa o centro do tua vida?
Qual é o tesouro no qual colocas o teu coração?
Qual é riqueza que tu persegues e o bem supremo pelo qual suspiras? És prisioneiro do teu egoísmo ou vives na liberdade do amor?
És suficientemente sábio para discernires aquilo que te proporciona uma felicidade ilusória e efémera daquilo que te garante uma felicidade consistente e eterna? E és suficiente-mente livre para escolheres a melhor parte?

Deixas que Deus te ame e, assim, te torne capaz de cumprires os seus mandamentos? Se não dás a Deus a liberdade de te amar, tiras-lhe a possibilidade de te salvar, pois só o amor de Deus salva o homem!
Para Deus tudo é possível e Deus quer fazer possível o que é impossível ao homem. Mas Deus, para o salvar, precisa do seu consentimento e da sua colaboração. E quando o homem se opõe a Deus, Deus fica impotente para fazer aquilo que mais pode e quer. Sim, o homem pode impedir Deus de o salvar!
Parece um paradoxo: Aquele que tudo pode, fica sem poder salvar o homem, porque o poder do egoísmo do homem pode anular, no seu caso pessoal, o poder do amor de Deus! Deus quer salvar o homem, mas o homem, exclusivamente por sua culpa, pode condenar-se!

“Que hei-de fazer?”
Tu já sabes o que deves fazer, qual a atitude que deves assumir perante Deus, qual o caminho que deves percorrer. Segue Jesus e sê coerente! Isto te basta!

HORÁRIOS - EUCARISTIA

Quinta - 18.00 h

Domingo - 9.15 h

HORÁRIOS DA CATEQUESE

2º e 3º Ano - Quarta - 17.45 h

4º Ano - Segunda - 17.45 h

5º Ano - Sexta - 16.00 (Centro Pastoral)

6º ao 8º ano - Quarta - 16.00 (Centro Pastoral)

quarta-feira, agosto 26, 2009

“Cuido que as festas são os momentos mais difíceis da vida dos párocos”

António José Oliveira Morais é o actual arcipreste de Gouveia e pároco de Gouveia, Folgosinho, Freixo da Serra, Melo e Nabais. Nasceu em Cativelos, a 12 de Fevereiro de 1941 e foi ordenado padre a 1 de Agosto de 1965.Faz parte da Comissão Diocesana de Música sacra e do Conselho Presbiteral e foi o Assistente Diocesano do Movimento Vida Ascendente.

A Guarda: Quem é António José Oliveira Morais?

António Morais: Quem sou eu para ser entrevistado? E ainda por cima para um jornal diocesano! Não sou nada. Há outros com melhores currículos do que eu, com melhores folhas de serviço, com mais sabedoria, com mais realizações e êxitos pastorais, com muito mais santidade. Por que há-de ser entrevistado um pobre padre normal que só diz coisas anormais? Tenho mesmo que responder?
Bom, sou uma pessoa normal, que nasceu em Cativelos a 12 de Fevereiro de 1941, filho de família pobre: o pai, inválido e chineleiro e a mãe com a mesma profissão do pai, mas com a tarefa de amanhar os poucos bocaditos de terra que possuíam e do qual tiravam o necessário para a alimentação. Sendo o mais velho de quatro irmãos – dois irmãos e duas imãs, entrou para o Seminário do Fundão em 1953 e ordenou-se a 1 de Agosto de 1965. O que sou como padre? Repito que sou um padre normalíssimo, com capacidades e incapacidades, luzes e sombras como os padres normais – os normais - porque há alguns que não são normais – que têm e fazem sempre muito mais que os normais. Mas é assim que eu sou e gosto de ser assim. Além do mais, é sabido que gosto de algumas coisas que podem parecer estranhas: música – continuo a estudar – pesca, montanha, folclore… Pois, Folclore. Trabalho com a Federação. Sei que sou criticado por causa disso. Não me causa abalo nenhum, porque quem critica não entende que é uma forma de me aproximar, primeiro da terra mãe e depois das pessoas. E sem terra mãe e sem pessoas é-se o quê? Além do mais, faz-se mais bem do que se pensa.

A Guarda: Que balanço faz da sua vida de Pároco?

António Morais: Com êxitos e fracassos, fui aprendendo que o essencial é semear. E isso faço insistentemente e em tudo onde meto a mão. Resultados da sementeira? Mesmo que me tenha custado, aprendi também que a colheita não será comigo. A mim compete semear e não colher. Não é fácil, mas é assim. Se me perguntarem se quero continuar a ser pároco, respondo que não me vejo como padre, sem ser pároco, nem que seja de uma só paróquia com meia dúzia de idosos, embora me dê gana, por vezes, de pegar na trouxa e ir embora, sobretudo quando se quer e ninguém responde. Está-se como presença que acolhe e serve. Posso nada mais fazer, mas isso faço. Aliás aprendi assim do Mestre.
Se voltasse ao princípio, mesmo com tudo o que de muito mau me aconteceu, recomeçaria, sem a menor hesitação.

A Guarda: Como vê o envolvimento dos leigos na vida da Paróquia?

António Morais: O envolvimento dos leigos é escasso. Há todo um peso de história passada do qual é muito difícil libertar as pessoas. O leigo que ouve, cala, não participa porque tem medo, o leigo agarrado a práticas do passado e que olha desconfiado para um modo novo de fazer as coisas, é o normal. É essencial que o leigo esteja envolvido nas paróquias. Sem eles não há pastoral que valha. Como eu os envolvi? Fortemente na Caritas, na Liturgia e na Catequese de Adultos. Começo a envolvê-los na preparação de Baptismos. Ajudo, estou atento, mas têm toda a liberdade. Ou são responsáveis ou não são. Considero isso essencial. Gostava de trabalhar mais com eles, mas torna-se cada vez mais difícil. O envolvimento na Catequese é mais difícil. Cada vez se torna mais difícil recrutar catequistas. Na Catequese de adultos, partilho o que sei e posso dar, sem pressões nem moralismos balofos. Aliás o que pretendo com a Catequese de adultos que iniciei antes de 2000, é que eles se tornem verdadeiramente adultos e livres como cristãos, que caminhem pelo seu pé, sem necessidade contínua de muletas. Não partilho de uma certa opinião que anda por aí veiculada: “O leigo, por si mesmo não tem capacidade de encontrar a verdade. Precisa ser dirigido”. Isto vem num livrinho que é dirigido a leigos e que se chama Caminho. Há também um grupo comprometido na Vida Ascendente, que faz também um trabalho interessante de catequese de adultos.

A Guarda: As Festas religiosas são, ou não, um momento importante na vida das paróquias?

António Morais: As festas religiosas são um momento falsamente importante na vida cristã das paróquias. Tudo se faz à sombra da “santa” ou do “santo”. Mas do santo só se faz caso na medida em que se pode usar para poder obter algum dinheiro dos festeiros e turistas que vão à festa, ou para através do “negócio” da promessa, obter dele(a), algum favor. Depois, não se quer saber mais dele. Com isto e outras coisas, por mais que se tente, não se consegue destruir o desvirtuamento da festa. Ou seja. O que na festa cristã é mais importante para o povo é a procissão – procissões. A missa até pode não existir, contanto que a procissão se faça. Depois as promessas. É muito difícil lutar contra a dispersão. A concentração na Eucaristia é de muito pouca gente. Muita da que lá vai é para cumprir promessas e não por convicção de fé, ou pela Eucaristia. A grande preocupação são os andores e a procissão. O resto pouco importa. A agravar a situação há a nova realidade da festa. Nas paróquias rurais, o que é diversão, não é tanto feito pelos habitantes da terra, mas pelos que vão de fora, o que vira tudo do avesso, até porque a diversão nada tem que ver com a tradição. É diversão importada e de muito pouca qualidade. No momento, cuido que as festas são os momentos mais difíceis da vida dos párocos.

A Guarda: Que análise faz sobre a falta de padres na Diocese da Guarda?

António Morais: Não é fácil responder. Eu vejo o problema com algumas interrogações: 1 - Que tipo de padre se quer para a Diocese? Um padre regressado ao ante-Vaticano II com ares de poder, prestígio, estranhos atafais e subserviências, ou um padre que se libertou da folhada inútil que só o afasta das pessoas e capaz de caminhar pelo seu pé, sem subserviências e aberto ao serviço, tal como Jesus Cristo o ensinou? Quando a seguir ao Vaticano II se mudou a equipa do Seminário, para que a nova equipa pudesse limpar os miasmas do mau pensamento e da má orientação que a equipa cessante lá deixara, o resultado foram 12 –(14) anos sem ordenações. Suspeito que com o que está a acontecer, venhamos a cair num novo interregno sem padres. O futuro dirá.
2- A falta de padres aflige e sobrecarrega os que ainda se vão aguentando, além de os esgotar, até porque se vão criando exigências novas a que se chamam novas formas de pastoral. São mesmo? Não creio, até porque elas não têm em conta a crescente desertificação das comunidades rurais.
3 – Talvez seja bom que ainda escasseiem mais os padres, para que as comunidades cristãs se convençam que têm mesmo que se assumir como comunidades verdadeiramente responsáveis e tomem conta de si mesmas.
Acho que não tem que se ter medo de que as rédeas nos fujam das mãos. É mesmo urgente que algumas rédeas nos fujam mesmo das mãos.
Fonte: A Guarda

segunda-feira, julho 20, 2009

O jornal Amigo da Verdade realça a missa solene em Celorico da Beira

No passado Domingo, 12 de Julho, as freguesias que constituem a unidade pastoral de Celorico da Beira fizeram, no pavilhão do mercado, o pleno do concelho e do arciprestado: se mais cristãos houvera lá estariam!
Que estranho acontecimento concitava tamanha multidão no mercado de Celorico? Nada menos que a Missa solene do recém-ordenado sacerdote P. Hugo Alexandre Martins. Horas antes, o corropio era enorme para o local da cerimónia, com G.N.R. tolerante para carros estacionados em qualquer parte, longa e bela passadeira de flores entre a capela do Calvário e o pavilhão. A cruz alçada, seguida de bandeiras e do cortejo presbiteral que incorporava o neo-presbítero encabeçava a procissão, calcando desenhos de flores e de verdura. Cantava-se “Bendito o que vem em nome do Senhor” e, já na entrada do mercado, a antífona da Missa solene: “À sombra das vossa asas me refugio, Senhor!” E sombra era o que mais se procurava, no braseiro que era já o pavilhão, a ferver de cristãos cantantes. Quantos mil estariam ali? A lusalite do mercado, forrada de panos brancos, amarelos e azuis, não deixava que o sol da tarde quentíssima nos queimasse a pele, mas o aperto dos corpos suados e o entusiasmo da multidão em festa faziam aumentar constantemente o calor: calor de corpos, calor de almas!
Com a solenidade que a liturgia prescreve, presbíteros subiram ao grande estrado: ali fora plantado o altar onde P. Hugo ia celebrar a sua Missa solene, juntamente com o P. Celso, que em Celorico fizera estágio pastoral, e com os numerosos sacerdotes concelebrantes. Já o incenso se queimava no turíbulo, para a incensação, já a água lustral se derramava sobre os fiéis radiosos, para a aspersão.
Glória a Deus nas alturas, cantou o P. Hugo. O coro prosseguia o hino ambrosiano; a multidão secundava: glória a Deus nas alturas! Familiares do P. Hugo vieram ao ambão fazer as leituras; um diácono permanente leu o Evangelho. Antes, o coro cantara vibrante aleluia que secundou, terminada a proclamação. P. Hugo, visivelmente emocionado, fez, sentado, a sua homilia.
O ofertório foi soleníssimo; veio lá do fundo do pavilhão o cortejo: gentilezas, muitas, para o neo-presbítero; os pais do Hugo traziam a patena e o cálice. E a Eucaristia lá foi prosseguindo, com o coro, sempre animado, a cantar “A messe é grande” e “Santo, santo, santo”. O rito da paz, proclamado pela voz do diácono permanente, traduziu-se em abraços sentidos entre uma assembleia reunida num só coração e numa só alma. P. Hugo desceu do altar para o afecto partilhado com pai e mãe e irmãos. O “Cordeiro de Deus” pôs termo aos abraços.
A comunhão foi, depois, um dos momentos mais altos desta Eucaristia. Felizmente tudo foi previsto: mobilizaram-se sacerdotes, diáconos, ministros extraordinários; familiares e ministros do altar comungaram sob as duas espécies. O coro cantava o refrão litúrgico: “As aves do Céu procuram abrigo e as andorinhas um ninho para os seus filhinhos... Junto dos vossos altares também eu me aninho, meu Deus e meu Rei, Senhor meu amigo!” Dentro em pouco, já todo o povo metia a garganta na melodia fácil: “Meu Deus e meu Rei, Senhor meu amigo!”
A Eucaristia aproximava-se do termo, mas ainda estávamos para viver alguns dos momentos mais altos desta liturgia. P. José Manuel Martins, pároco de Celorico, anunciou, do ambão, que tinha estado de folga, neste Domingo, porque, em vez de ir aos povos celebrar a Eucaristia, foram os povos que vieram aqui participar nesta celebração. Revelou, depois, as suas surpresas. P. Martins prepara as coisas de longe. Pensou, e bem, que a ordenação de um filho da terra era uma ocasião propícia para aprofundar o ministério sacerdotal. Mobilizou as catequeses do arciprestado: crianças e catequistas foram reflectindo e exprimindo, à sua maneira, o que era para eles o sacerdote. Escreveram testemunhos; desenharam imagens. Tudo coligido e encadernado em duas belas pastas, padre Martins ofereceu-as aos Padres Hugo e Celso. Querendo dar também algo pessoal, P. Martins começou em Maio a preparar-se para a ordenação deste dois padres, Hugo e Celso, com meditações sobre a vocação e o ministério sacerdotais. Reuniu em dois pequenos volumes as suas reflexões e ofereceu-as, com grande aclamação da assembleia, aos dois neo-sacerdotes. Foram a sua prenda. O coro rompeu a cantar o lema do P. Hugo: “Alegrai-vos sempre no Senhor!” .
P. Celso, que, há oito dias, celebrara no Barco a sua Missa Solene e agora concelebrava a-par do P. Hugo, sentiu bem como tem sido apreciada a sua acção pastoral em Celorico; recebeu igualmente prendas e muitas palmas. Seguiu-se o beija-mão e P. Hugo e P. Celso aceitaram, comovidos, o testemunho do carinho de toda esta grande igreja arciprestal.
Seguiu-se um lanche-convívio que decorreu com grande animação e verdadeiro sentido eclesial.

sábado, julho 18, 2009

Mordomos da Festa de Nossa Senhora do Bom Sucesso: 2010

Ontem foram nomeados os mordomos para a festa religiosa de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Agosto de 2010:


António dos Santos
Dulce Rosa
Ascenção Leitão Paiva
Isabel Marques
Marco Paulo Rosa
Maria Fernanda Gomes
Ricardo Marques
Samuel Cabral
Teresa Carrolo
Desejo que os mordomos agora nomeados assumam os seus compromissos e trabalhem apenas e só com o intuito de louvar e honrar Nossa Senhora.

"Trata-se de repor a verdade" - Marcos Gonçalves Vigário judicial da diocese do Funchal

O que significa conceder nulidade a um casamento?

Defender a verdade e realizar a justiça acerca do vínculo e das pessoas. A Igreja não anula casamentos, mas declara a sua nulidade através da instrução de um processo. Considera-se o matrimónio inválido por uma razão que tornou aquele vínculo inexistente e, por isso, as partes estão livres para celebrar um novo casamento. Trata- -se, assim, de repor a verdade.

Como é que a Igreja tem poder para dizer que um "contrato" feito entre duas pessoas e Deus não é válido?


Em nome de Deus. Assim começam as sentenças. Os tribunais eclesiásticos agem como instrumentos de justiça, de verdade na caridade e realizam a sua função num ordenamento canónico. Quando se introduz um processo suspeita-se acerca do contrato realizado. O tribunal estuda o matrimónio. Recolhe provas apresentadas, depoimentos das partes, das testemunhas, documentos e perícias e verifica se existiu algo que viciou o consentimento ou se houve alguma incapacidade das partes.

Quais os pressupostos que permitem dizer que não houve casamento?

Os casamentos são nulos pela existência de um vício no consentimento ou pela incapacidade das partes. Ou pela falta da forma canónica ou a presença de um impedimento matrimonial. O que faz o contrato matrimonial é a vontade das partes. Se existir um vício no consentimento, ou se estamos diante de pessoa incapaz de o contrair, há um matrimónio inválido.

A Igreja não divulga muito esta situação por ter receio que ela se generalize?

Poucas pessoas conhecem ou julgam que são processos demorados e caros. Os párocos deverão enviar para o tribunal casos que lhes passem pelas mãos.

O que é exigido para voltar a casar?

Depende. As sentenças podem proibir o casamento a uma ou ambas as partes ou requerer a consulta prévia do Ordinário. Noutros casos, onde não existem incapacidades presentes, as pessoas entram na preparação normal.

Acha que há, por aí, muitos casamentos nulos sem as pessoas saberem?

Na dúvida todos os matrimónios são válidos. "Dá-me os factos e eu dou-te o direito" - dizia-me sempre um professor.
Fonte: DN

terça-feira, julho 07, 2009

Com CRISTO venceremos

Letra original do Pe. Celso. Cântico de Comunhão da Missa solene.

segunda-feira, julho 06, 2009

sexta-feira, julho 03, 2009

No terceiro dia fui celebrar à Igreja Mãe

A Sé Catedral reveste-se, de um sentido eclesiologico profundo, para todos os Diocesanos e em especial para os Padres.
Foi a primeira fez que presidi à Celebração da Eucaristia sem nenhum sacerdote ao meu lado. Senhor que eu consiga sempre estar presente na Sé Catedral com o nosso Presbitério…

quinta-feira, julho 02, 2009

Com o D. João


É certamente Santo; D. João de Oliveira Matos...


Cheguei ao Outeiro de São Miguel na Guarda para celebrar pelas 18:30. Celebrei com a certeza de que estava ali bem presente naquele local, naquela comunidade de Irmãs e Rapazes que, interrompem as suas brincadeiras de Verão, para celebrar a sua Fé. Depois de ter celebrado a Eucaristia visitei parte da casa(e que grande casa esta). Seguidamente jantamos, conversando sobre assuntos de actualidade Eclesial e Diocesana entre outros.
Pe. Hugo Martins

terça-feira, junho 30, 2009

Ordenações sacerdotais na Guarda

Encontro com os Acólitos na Covilhã


Foi com muita alegria que me encontrei convosco caros acólitos da Covilhã.

O serviço ao Altar, deve ser feito com beleza, simplicidade e gosto.

Escuta a palavra de Deus.
Medita o mistério de Cristo.
Reza a oração da Igreja.

Pe. Hugo Martins

segunda-feira, junho 29, 2009

Fui agradecer o dom sacerdócio à Capelinha das Aparições

Oração Sapiêncial – SNSRF

1) Mãe dos Sacerdotes, intercedei por mim para que seja homem da Palavra. Constantemente, com o meu coração e entendimento, quero beber da Palavra de Deus, de modo que possa anunciá-la com o meu testemunho na simplicidade e prudência.

2) Mãe dos Sacerdotes, intercedei por mim para exercer a paternidade espiritual para com todos, especialmente aqueles que mais necessitam, sendo sinal de esperança.
3) Mãe dos Sacerdotes, intercedei por mim, para ser fiel à Tradição da Igreja, e estar atendo ao sopro do Espírito Santo, valorizando-o.

Nossa Senhora do Rosário de Fátima:
por ti, para Deus
e com todos os peregrinos que aqui se encontram
te entrego o meu Ministério Sacerdotal.

AMEN
Pe. Hugo Martins

Uma semana com o Pe. HUGO MARTINS

O Silêncio e a multidão...
O Silêncio para escutar Deus que nos fala, é um segredo que todos devemos ter presente. No entanto o eco deste silêncio, é eco do Povo Santo de Deus, quando na fidelidade ao mesmo Senhor que chama. De ontem recordo muito, mas permiti que saliente: o fervor, o sorriso, as lágrimas, os abraços, o beija mão, as dezenas das crianças (e aquela tão pequena que tive de a levantar para lhe poder ver o rosto) que em multidão participaram do rosto belo Cristo na Sé-Catedral.
Contem comigo e com toda a minha humilde oração.
Pe. Hugo Martins

Uma semana com o Pe. HUGO MARTINS

O Silêncio e a multidão...
O Silêncio para escutar Deus que nos fala, é um segredo que todos devemos ter presente. No entanto o eco deste silêncio, é eco do Povo Santo de Deus, quando na fidelidade ao mesmo Senhor que chama. De ontem recordo muito, mas permiti que saliente: o fervor, o sorriso, as lágrimas, os abraços, o beija mão, as dezenas das crianças (e aquela tão pequena que tive de a levantar para lhe poder ver o rosto) que em multidão participaram do rosto belo Cristo na Sé-Catedral.
Contem comigo e com toda a minha humilde oração.
Pe. Hugo Martins

sábado, junho 27, 2009

O Hugo e o Celso serão amanhã ordenados padres

O dia da tua Ordenação Presbiteral certamente irá ficar marcado para sempre na tua vida. Como foi a tua preparação para esse dia?
Celso Marques: Foram 29 anos de preparação e que não termina no dia 28 de Junho. Contudo neste tempo mais próximo houve uma preocupação maior e uma preparação mais intensa e profunda, quer a nível espiritual e humano, quer a nível pastoral.
A nível espiritual realizei um retiro de cinco dias na Quinta de Santo António, em Évora, orientado pelo Bispo Emérito do Algarve, D. Manuel Madureira Dias, juntamente com o diácono Hugo da nossa diocese e o diácono António da Diocese do Algarve.
Este exercício espiritual, fazendo parte do processo de Ordenação, foi para mim particularmente importante, na medida em que o orador o preparou e orientou especificamente para o ministério do sacerdócio.
Com a sua longa, vasta e profícua experiência de vida, quer a nível pastoral, quer a nível espiritual, D. Manuel Madureira Dias enriqueceu-nos com a sua partilha durante todo este tempo de retiro.
Como preparação para a Ordenação Presbiteral, há que somar ao retiro, o estágio pastoral que estou a realizar no arciprestado de Celorico da Beira, orientado pelo Pe. José Manuel Martins de Almeida, que tem sido uma experiência também muito enriquecedora a todos os níveis; os 6 anos de Teologia e o tempo de seminário.
Fica assim muito resumida a preparação para a ordenação sacerdotal, que como disse ao início, nunca está finalizada.

Como futuro presbítero da Igreja Católica, o que achas que deve mudar nesta mesma Igreja para que Ela se torne cada vez mais uma Instituição à imagem do seu fundador, Jesus Cristo?
CM: Que se torne cada vez mais o reflexo do Evangelho, fiel a Jesus Cristo. Que seja o verdadeiro sacramento, sinal visível, como afirma o Concílio Vaticano II na constituição dogmática L.G. 1 “instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano”.
Tal como Jesus, Seu fundador, que tome sempre uma atitude preferencial pelo mais pobres, desprezados e rejeitados da sociedade. Só na medida em que se aproxima de Cristo, no rosto dos mais desfavorecidos, se torna autêntica Igreja de Jesus Cristo.

Aos colegas que deixas no seminário, qual o conselho ou mensagem que deixas?
CM: Que entreguem a suas vidas nas mãos de Cristo. Que saibam dizer em todos os momentos, como São Paulo, “eu sei em quem pus a minha confiança”.
É Ele quem chama, e se o faz nunca abandona, particularmente nos momentos mais atribulados, tal como não abandonou os Seus discípulos, na barca, quando se apoderou deles uma tempestade.
Ainda que aparentemente dormisse, Jesus estava bem acordado para o que se estava a passar ao Seu redor. Os discípulos é que vacilaram na fé, naquele momento. Assim, Cristo, que não abandonou os seus discípulos que havia chamado para O seguirem, também não abandona quem continua a chamar para O seguir neste caminho para o sacerdócio. O importante, diz-nos Jesus, é ter fé e não pensar como os discípulos, naquele episódio, que Cristo está a dormir.

O ainda diácono Hugo Alexandre Pichel Martins é um jovem comum, de 26 anos de idade, com uma paixão pela natureza, pelas actividades ao ar livre, desportos, novos meios de comunicação «on-line», voluntariado, e o convívio com amigos. Natural de Celorico da Beira, concretamente da paróquia de Santa Maria, onde recebeu o baptismo, actualmente, pertence a São Pedro. Estudou, como tantos outros jovens, nas escolas de Celorico, até ao 12º ano. Pelo caminho ficam diversas actividades como o clube de jornalismo, de informática, delegado de turma, e representante dos alunos no conselho pedagógico. Ligado às paróquias, integrou o grupo de jovens “Trovadores de Deus”, o grupo de acólitos, o dos catequistas (depois do percurso da catequese de iniciação), e, uma grande costela do Hugo, o agrupamento do CNE, em que fez promessa de escuteiro.


(…) Todas as actividades que foram destacadas contribuíram, a seu modo, para a personalidade do Hugo. Quando interpelado sobre o despertar da sua vocação, conta-nos que foi o pároco, o Pe. José Martins de Almeida, que o interpelou directamente. «Terminado o 12º ano, como qualquer jovem coloquei a questão: qual a minha vocação? Esta interpelação, também foi feita, de forma directa, pelo meu Pároco. “Hugo queres ir para o Seminário?” Eu na altura disse-lhe: “aguarde uns dias e reze, que eu logo lhe dou uma resposta!”. […] Vejo nele [no Pároco] um exemplo: pela exigência de vida, a oração, a alegria com que vive e transmite a fé, as suas capacidades humanas, a sua proximidade, fizeram com que a minha resposta seja, hoje, sim.»

O percurso de seminário, que se seguiu, foi normal e comum. Frequentou o ano propedêutico do Seminário da Guarda, e, logo o curso de Teologia, que frequentou no Instituto Superior de Teologia, passando pelas três casas que, por então, o formavam: Guarda, Lamego e Viseu. É o próprio Hugo quem se refere ao seu tempo de seminário como um «percurso e caminho feito de forma gradual».

sábado, junho 20, 2009

sexta-feira, junho 19, 2009

Carta de Bento XVI aos sacerdotes

Amados irmãos no sacerdócio,

Na próxima solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, sexta-feira 19 de Junho de 2009 - dia dedicado tradicionalmente à oração pela santificação do clero - tenho em mente proclamar oficialmente um «Ano Sacerdotal» por ocasião do 150.º aniversário do «dies natalis» de João Maria Vianney, o Santo Patrono de todos os párocos do mundo. Tal ano, que pretende contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um seu testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo, terminará na mesma solenidade de 2010. «O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus»: costumava dizer o Santo Cura d’Ars.

Esta tocante afirmação permite-nos, antes de mais nada, evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja mas também para a própria humanidade. Penso em todos os presbíteros que propõem, humilde e quotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Ele com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência. Como não sublinhar as suas fadigas apostólicas, o seu serviço incansável e escondido, a sua caridade tendencialmente universal? E que dizer da fidelidade corajosa de tantos sacerdotes que, não obstante dificuldades e incompreensões, continuam fiéis à sua vocação: a de «amigos de Cristo», por Ele de modo particular chamados, escolhidos e enviados?

Eu mesmo guardo ainda no coração a recordação do primeiro pároco junto de quem exerci o meu ministério de jovem sacerdote: deixou-me o exemplo de uma dedicação sem reservas ao próprio serviço sacerdotal, a ponto de encontrar a morte durante o próprio acto de levar o viático a um doente grave. Depois repasso na memória os inumeráveis irmãos que encontrei e encontro, inclusive durante as minhas viagens pastorais às diversas nações, generosamente empenhados no exercício diário do seu ministério sacerdotal. Mas a expressão utilizada pelo Santo Cura d’Ars evoca também o Coração traspassado de Cristo com a coroa de espinhos que O envolve. E isto leva o pensamento a deter-se nas inumeráveis situações de sofrimento em que se encontram imersos muitos sacerdotes, ou porque participantes da experiência humana da dor na multiplicidade das suas manifestações, ou porque incompreendidos pelos próprios destinatários do seu ministério: como não recordar tantos sacerdotes ofendidos na sua dignidade, impedidos na sua missão e, às vezes, mesmo perseguidos até ao supremo testemunho do sangue?

Infelizmente existem também situações, nunca suficientemente deploradas, em que é a própria Igreja a sofrer pela infidelidade de alguns dos seus ministros. Daí advém então para o mundo motivo de escândalo e de repulsa. O máximo que a Igreja pode recavar de tais casos não é tanto a acintosa relevação das fraquezas dos seus ministros, como sobretudo uma renovada e consoladora consciência da grandeza do dom de Deus, concretizado em figuras esplêndidas de generosos pastores, de religiosos inflamados de amor por Deus e pelas almas, de directores espirituais esclarecidos e pacientes. A este respeito, os ensinamentos e exemplos de S. João Maria Vianney podem oferecer a todos um significativo ponto de referência. O Cura d’Ars era humilíssimo, mas consciente de ser, enquanto padre, um dom imenso para o seu povo: «Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina». Falava do sacerdócio como se não conseguisse alcançar plenamente a grandeza do dom e da tarefa confiados a uma criatura humana: «Oh como é grande o padre! (…) Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morreria. (…) Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia».
E, ao explicar aos seus fiéis a importância dos sacramentos, dizia: «Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há-de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote. (…) Depois de Deus, o sacerdote é tudo! (…) Ele próprio não se entenderá bem a si mesmo, senão no céu».5 Estas afirmações, nascidas do coração sacerdotal daquele santo pároco, podem parecer excessivas. Nelas, porém, revela-se a sublime consideração em que ele tinha o sacramento do sacerdócio. Parecia subjugado por uma sensação de responsabilidade sem fim: «Se compreendêssemos bem o que um padre é sobre a terra, morreríamos: não de susto, mas de amor. (…) Sem o padre, a morte e a paixão de Nosso Senhor não teria servido para nada. É o padre que continua a obra da Redenção sobre a terra (…) Que aproveitaria termos uma casa cheia de ouro, senão houvesse ninguém para nos abrir a porta? O padre possui a chave dos tesouros celestes: é ele que abre a porta; é o ecónomo do bom Deus; o administrador dos seus bens (…) Deixai uma paróquia durante vinte anos sem padre, e lá adorar-se-ão as bestas. (…) O padre não é padre para si mesmo, é-o para vós».

Tinha chegado a Ars, uma pequena aldeia com 230 habitantes, precavido pelo Bispo de que iria encontrar uma situação religiosamente precária: «Naquela paróquia, não há muito amor de Deus; infundi-lo-eis vós». Por conseguinte, achava-se plenamente consciente de que devia ir para lá a fim de encarnar a presença de Cristo, testemunhando a sua ternura salvífica: «[Meu Deus], concedei-me a conversão da minha paróquia; aceito sofrer tudo aquilo que quiserdes por todo o tempo da minha vida!»: foi com esta oração que começou a sua missão. E, à conversão da sua paróquia, dedicou-se o Santo Cura com todas as suas energias, pondo no cume de cada uma das suas ideias a formação cristã do povo a ele confiado.
Amados irmãos no sacerdócio, peçamos ao Senhor Jesus a graça de podermos também nós assimilar o método pastoral de S. João Maria Vianney. A primeira coisa que devemos aprender é a sua total identificação com o próprio ministério. Em Jesus, tendem a coincidir Pessoa e Missão: toda a sua acção salvífica era e é expressão do seu «Eu filial» que, desde toda a eternidade, está diante do Pai em atitude de amorosa submissão à sua vontade. Com modesta mas verdadeira analogia, também o sacerdote deve ansiar por esta identificação. Não se trata, certamente, de esquecer que a eficácia substancial do ministério permanece independentemente da santidade do ministro; mas também não se pode deixar de ter em conta a extraordinária frutificação gerada do encontro entre a santidade objectiva do ministério e a subjectiva do ministro. O Cura d’Ars principiou imediatamente este humilde e paciente trabalho de harmonização entre a sua vida de ministro e a santidade do ministério que lhe estava confiado, decidindo «habitar», mesmo materialmente, na sua igreja paroquial: «Logo que chegou, escolheu a igreja por sua habitação. (…) Entrava na igreja antes da aurora e não saía de lá senão à tardinha depois do Angelus. Quando precisavam dele, deviam procurá-lo lá»: lê-se na primeira biografia.

O exagero devoto do pio hagiógrafo não deve fazer-nos esquecer o facto de que o Santo Cura soube também «habitar» activamente em todo o território da sua paróquia: visitava sistematicamente os doentes e as famílias; organizava missões populares e festas dos Santos Patronos; recolhia e administrava dinheiro para as suas obras sócio-caritativas e missionárias; embelezava a sua igreja e dotava-a de alfaias sagradas; ocupava-se das órfãs da «Providence» (um instituto fundado por ele) e das suas educadoras; tinha a peito a instrução das crianças; fundava confrarias e chamava os leigos para colaborar com ele.

O seu exemplo induz-me a evidenciar os espaços de colaboração que é imperioso estender cada vez mais aos fiéis leigos, com os quais os presbíteros formam um único povo sacerdotal e no meio dos quais, em virtude do sacerdócio ministerial, se encontram «para os levar todos à unidade, “amando-se uns aos outros com caridade fraterna, e tendo os outros por mais dignos” (Rm 12, 10)».
Neste contexto, há que recordar o caloroso e encorajador convite feito pelo Concílio Vaticano II aos presbíteros para que «reconheçam e promovam sinceramente a dignidade e participação própria dos leigos na missão da Igreja. Estejam dispostos a ouvir os leigos, tendo fraternalmente em conta os seus desejos, reconhecendo a experiência e competência deles nos diversos campos da actividade humana, para que, juntamente com eles, saibam reconhecer os sinais dos tempos».

O Santo Cura ensinava os seus paroquianos sobretudo com o testemunho da vida. Pelo seu exemplo, os fiéis aprendiam a rezar, detendo-se de bom grado diante do sacrário para uma visita a Jesus Eucaristia. «Para rezar bem - explicava-lhes o Cura -, não há necessidade de falar muito. Sabe-se que Jesus está ali, no tabernáculo sagrado: abramos-Lhe o nosso coração, alegremo-nos pela sua presença sagrada. Esta é a melhor oração». E exortava: «Vinde à comunhão, meus irmãos, vinde a Jesus. Vinde viver d’Ele para poderdes viver com Ele». «É verdade que não sois dignos, mas tendes necessidade!».
Esta educação dos fiéis para a presença eucarística e para a comunhão adquiria um eficácia muito particular, quando o viam celebrar o Santo Sacrifício da Missa. Quem ao mesmo assistia afirmava que «não era possível encontrar uma figura que exprimisse melhor a adoração. (…) Contemplava a Hóstia amorosamente». Dizia ele: «Todas as boas obras reunidas não igualam o valor do sacrifício da Missa, porque aquelas são obra de homens, enquanto a Santa Missa é obra de Deus». Estava convencido de que todo o fervor da vida de um padre dependia da Missa: «A causa do relaxamento do sacerdote é porque não presta atenção à Missa! Meu Deus, como é de lamentar um padre que celebra [a Missa] como se fizesse um coisa ordinária!». E, ao celebrar, tinha tomado o costume de oferecer sempre também o sacrifício da sua própria vida: «Como faz bem um padre oferecer-se em sacrifício a Deus todas as manhãs!».

Esta sintonia pessoal com o Sacrifício da Cruz levava-o - por um único movimento interior - do altar ao confessionário. Os sacerdotes não deveriam jamais resignar-se a ver os seus confessionários desertos, nem limitar-se a constatar o menosprezo dos fiéis por este sacramento.
Na França, no tempo do Santo Cura d’Ars, a confissão não era mais fácil nem mais frequente do que nos nossos dias, pois a tormenta revolucionária tinha longamente sufocado a prática religiosa. Mas ele procurou de todos os modos, com a pregação e o conselho persuasivo, fazer os seus paroquianos redescobrirem o significado e a beleza da Penitência sacramental, apresentando-a como uma exigência íntima da Presença eucarística. Pôde assim dar início a um círculo virtuoso. Com as longas permanências na igreja junto do sacrário, fez com que os fiéis começassem a imitá-lo, indo até lá visitar Jesus, e ao mesmo tempo estivessem seguros de que lá encontrariam o seu pároco, disponível para os ouvir e perdoar. Em seguida, a multidão crescente dos penitentes, provenientes de toda a França, haveria de o reter no confessionário até 16 horas por dia. Dizia-se então que Ars se tinha tornado «o grande hospital das almas». «A graça que ele obtinha [para a conversão dos pecadores] era tão forte que aquela ia procurá-los sem lhes deixar um momento de trégua!»: diz o primeiro biógrafo. E assim o pensava o Santo Cura d’Ars, quando afirmava: «Não é o pecador que regressa a Deus para Lhe pedir perdão, mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e o faz voltar para Ele». «Este bom Salvador é tão cheio de amor que nos procura por todo o lado».

Todos nós, sacerdotes, deveríamos sentir que nos tocam pessoalmente estas palavras que ele colocava na boca de Cristo: «Encarregarei os meus ministros de anunciar aos pecadores que estou sempre pronto a recebê-los, que a minha misericórdia é infinita». Do Santo Cura d’Ars, nós, sacerdotes, podemos aprender não só uma inexaurível confiança no sacramento da Penitência que nos instigue a colocá-lo no centro das nossas preocupações pastorais, mas também o método do «diálogo de salvação» que nele se deve realizar. O Cura d’Ars tinha maneiras diversas de comportar-se segundo os vários penitentes. Quem vinha ao seu confessionário atraído por uma íntima e humilde necessidade do perdão de Deus, encontrava nele o encorajamento para mergulhar na «torrente da misericórdia divina» que, no seu ímpeto, tudo arrasta e depura. E se aparecia alguém angustiado com o pensamento da sua debilidade e inconstância, temeroso por futuras quedas, o Cura d’Ars revelava-lhe o segredo de Deus com um discurso de comovente beleza: «O bom Deus sabe tudo. Ainda antes de vos confessardes, já sabe que voltareis a pecar e todavia perdoa-vos. Como é grande o amor do nosso Deus, que vai até ao ponto de esquecer voluntariamente o futuro, só para poder perdoar-nos!». Diversamente, a quem se acusava de forma tíbia e quase indiferente, expunha, através das suas próprias lágrimas, a séria e dolorosa evidência de quão «abominável» fosse aquele comportamento. «Choro, porque vós não chorais»: exclamava ele. «Se ao menos o Senhor não fosse assim tão bom! Mas é assim bom! Só um bárbaro poderia comportar-se assim diante de um Pai tão bom!». Fazia brotar o arrependimento no coração dos tíbios, forçando-os a verem com os próprios olhos o sofrimento de Deus, causado pelos pecados, quase «encarnado» no rosto do padre que os atendia de confissão. Entretanto a quem se apresentava já desejoso e capaz de uma vida espiritual mais profunda, abria-lhe de par em par as profundidades do amor, explicando a inexprimível beleza de poder viver unidos a Deus e na sua presença: «Tudo sob o olhar de Deus, tudo com Deus, tudo para agradar a Deus. (…) Como é belo!» E ensinava-lhes a rezar assim: «Meu Deus, dai-me a graça de Vos amar tanto quanto é possível que eu Vos ame!».

No seu tempo, o Cura d’Ars soube transformar o coração e a vida de muitas pessoas, porque conseguiu fazer-lhes sentir o amor misericordioso do Senhor. Também hoje é urgente igual anúncio e testemunho da verdade do Amor: Deus caritas est (1 Jo 4, 8). Com a Palavra e os Sacramentos do seu Jesus, João Maria Vianney sabia instruir o seu povo, ainda que frequentemente suspirava convencido da sua pessoal inaptidão a ponto de ter desejado diversas vezes subtrair-se às responsabilidades do ministério paroquial de que se sentia indigno. Mas, com exemplar obediência, ficou sempre no seu lugar, porque o consumia a paixão apostólica pela salvação das almas. Procurava aderir totalmente à própria vocação e missão por meio de uma severa ascese: «Para nós, párocos, a grande desdita - deplorava o Santo - é entorpecer-se a alma», entendendo, com isso, o perigo de o pastor se habituar ao estado de pecado ou de indiferença em que vivem muitas das suas ovelhas. Com vigílias e jejuns, punha freio ao corpo, para evitar que opusesse resistência à sua alma sacerdotal. E não se esquivava a mortificar-se a si mesmo para bem das almas que lhe estavam confiadas e para contribuir para a expiação dos muitos pecados ouvidos em confissão. Explicava a um colega sacerdote: «Dir-vos-ei qual é a minha receita: dou aos pecadores uma penitência pequena e o resto faço-o eu no lugar deles». Independentemente das penitências concretas a que se sujeitava o Cura d’Ars, continua válido para todos o núcleo do seu ensinamento: as almas custam o sangue de Cristo e o sacerdote não pode dedicar-se à sua salvação se se recusa a contribuir com a sua parte para o «alto preço» da redenção.

No mundo actual, não menos do que nos tempos difíceis do Cura d’Ars, é preciso que os presbíteros, na sua vida e acção, se distingam por um vigoroso testemunho evangélico. Observou, justamente, Paulo VI que «o homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas». Para que não se forme um vazio existencial em nós e fique comprometida a eficácia do nosso ministério, é preciso não cessar de nos interrogarmos: «Somos verdadeiramente permeados pela Palavra de Deus? É verdade que esta é o alimento de que vivemos, mais de que o sejam o pão e as coisas deste mundo? Conhecemo-la verdadeiramente? Amamo-la? De tal modo nos ocupamos interiormente desta palavra, que a mesma dá realmente um timbre à nossa vida e forma o nosso pensamento?». Assim como Jesus chamou os Doze para estarem com Ele (cf. Mc 3, 14) e só depois é que os enviou a pregar, assim também nos nossos dias os sacerdotes são chamados a assimilar aquele «novo estilo de vida» que foi inaugurado pelo Senhor Jesus e assumido pelos Apóstolos.34

Foi precisamente a adesão sem reservas a este «novo estilo de vida» que caracterizou o trabalho ministerial do Cura d’Ars. O Papa João XXIII, na carta encíclica Sacerdotii nostri primordia - publicada em 1959, centenário da morte de S. João Maria Vianney -, apresentava a sua fisionomia ascética referindo-se de modo especial ao tema dos «três conselhos evangélicos», considerados necessários também para os presbíteros: «Embora, para alcançar esta santidade de vida, não seja imposta ao sacerdote como própria do estado clerical a prática dos conselhos evangélicos, entretanto esta representa para ele, como para todos os discípulos do Senhor, o caminho regular da santificação cristã». O Cura d’Ars soube viver os «conselhos evangélicos» segundo modalidades apropriadas à sua condição de presbítero. Com efeito, a sua pobreza não foi a mesma de um religioso ou de um monge, mas a requerida a um padre: embora manejasse com muito dinheiro (dado que os peregrinos mais abonados não deixavam de se interessar pelas suas obras sócio-caritativas), sabia que tudo era dado para a sua igreja, os seus pobres, os seus órfãos, as meninas da sua «Providence», as suas famílias mais indigentes. Por isso, ele «era rico para dar aos outros e era muito pobre para si mesmo». Explicava: «O meu segredo é simples: dar tudo e não guardar nada». Quando se encontrava com as mãos vazias, dizia contente aos pobres que se lhe dirigiam: «Hoje sou pobre como vós, sou um dos vossos». Deste modo pôde, ao fim da vida, afirmar com absoluta serenidade: «Não tenho mais nada. Agora o bom Deus pode chamar-me quando quiser!». Também a sua castidade era aquela que se requeria a um padre para o seu ministério. Pode-se dizer que era a castidade conveniente a quem deve habitualmente tocar a Eucaristia e que habitualmente a fixa com todo o entusiasmo do coração e com o mesmo entusiasmo a dá aos seus fiéis. Dele se dizia que «a castidade brilhava no seu olhar», e os fiéis apercebiam-se disso quando ele se voltava para o sacrário fixando-o com os olhos de um enamorado. Também a obediência de S. João Maria Vianney foi toda encarnada na dolorosa adesão às exigências diárias do seu ministério. É sabido como o atormentava o pensamento da sua própria inaptidão para o ministério paroquial e o desejo que tinha de fugir «para chorar a sua pobre vida, na solidão». Somente a obediência e a paixão pelas almas conseguiam convencê-lo a continuar no seu lugar. A si próprio e aos seus fiéis explicava: «Não há duas maneiras boas de servir a Deus. Há apenas uma: servi-Lo como Ele quer ser servido». A regra de ouro para levar uma vida obediente parecia-lhe ser esta: «Fazer só aquilo que pode ser oferecido ao bom Deus».

No contexto da espiritualidade alimentada pela prática dos conselhos evangélicos, aproveito para dirigir aos sacerdotes, neste Ano a eles dedicado, um convite particular para saberem acolher a nova primavera que, em nossos dias, o Espírito está a suscitar na Igreja, através nomeadamente dos Movimentos Eclesiais e das novas Comunidades. «O Espírito é multiforme nos seus dons. (…) Ele sopra onde quer. E fá-lo de maneira inesperada, em lugares imprevistos e segundo formas precedentemente inimagináveis (…); mas demonstra-nos também que Ele age em vista do único Corpo e na unidade do único Corpo». A propósito disto, vale a indicação do decreto Presbyterorum ordinis: «Sabendo discernir se os espíritos vêm de Deus, [os presbíteros] perscrutem com o sentido da fé, reconheçam com alegria e promovam com diligência os multiformes carismas dos leigos, tanto os mais modestos como os mais altos». Estes dons, que impelem não poucos para uma vida espiritual mais elevada, podem ser de proveito não só para os fiéis leigos mas também para os próprios ministros. Com efeito, da comunhão entre ministros ordenados e carismas pode brotar «um válido impulso para um renovado compromisso da Igreja no anúncio e no testemunho do Evangelho da esperança e da caridade em todos os recantos do mundo».
Queria ainda acrescentar, apoiado na exortação apostólica Pastores dabo vobis do Papa João Paulo II, que o ministério ordenado tem uma radical «forma comunitária» e pode ser cumprido apenas na comunhão dos presbíteros com o seu Bispo. É preciso que esta comunhão entre os sacerdotes e com o respectivo Bispo, baseada no sacramento da Ordem e manifestada na concelebração eucarística, se traduza nas diversas formas concretas de uma fraternidade sacerdotal efectiva e afectiva. Só deste modo é que os sacerdotes poderão viver em plenitude o dom do celibato e serão capazes de fazer florir comunidades cristãs onde se renovem os prodígios da primeira pregação do Evangelho.

O Ano Paulino, que está a chegar ao fim, encaminha o nosso pensamento também para o Apóstolo das nações, em quem refulge aos nossos olhos um modelo esplêndido de sacerdote, totalmente «doado» ao seu ministério. «O amor de Cristo nos impele - escrevia ele -, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram» (2 Cor 5, 14). E acrescenta: Ele «morreu por todos, para que os vivos deixem de viver para si próprios, mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles» (2 Cor 5, 15). Que programa melhor do que este poderia ser proposto a um sacerdote empenhado a avançar pela estrada da perfeição cristã?

Amados sacerdotes, a celebração dos cento e cinquenta anos da morte de S. João Maria Vianney (1859) segue-se imediatamente às celebrações há pouco encerradas dos cento e cinquenta anos das aparições de Lourdes (1858). Já em 1959, o Beato Papa João XXIII anotara: «Pouco antes que o Cura d’Ars concluísse a sua longa carreira cheia de méritos, a Virgem Imaculada aparecera, noutra região da França, a uma menina humilde e pura para lhe transmitir uma mensagem de oração e penitência, cuja imensa ressonância espiritual há um século que é bem conhecida. Na realidade, a vida do santo sacerdote, cuja comemoração celebramos, fora de antemão uma viva ilustração das grandes verdades sobrenaturais ensinadas à vidente de Massabielle. Ele próprio nutria pela Imaculada Conceição da Santíssima Virgem uma vivíssima devoção, ele que, em 1836, tinha consagrado a sua paróquia a Maria concebida sem pecado e havia de acolher com tanta fé e alegria a definição dogmática de 1854».50 O Santo Cura d’Ars sempre recordava aos seus fiéis que «Jesus Cristo, depois de nos ter dado tudo aquilo que nos podia dar, quis ainda fazer-nos herdeiros de quanto Ele tem de mais precioso, ou seja, da sua Santa Mãe».

À Virgem Santíssima entrego este Ano Sacerdotal, pedindo-Lhe para suscitar no ânimo de cada presbítero um generoso relançamento daqueles ideais de total doação a Cristo e à Igreja que inspiraram o pensamento e a acção do Santo Cura d’Ars. Com a sua fervorosa vida de oração e o seu amor apaixonado a Jesus crucificado, João Maria Vianney alimentou a sua quotidiana doação sem reservas a Deus e à Igreja. Possa o seu exemplo suscitar nos sacerdotes aquele testemunho de unidade com o Bispo, entre eles próprios e com os leigos que é tão necessário hoje, como o foi sempre. Não obstante o mal que existe no mundo, ressoa sempre actual a palavra de Cristo aos seus apóstolos, no Cenáculo: «No mundo sofrereis tribulações. Mas tende confiança: Eu venci o mundo» (Jo 16, 33). A fé no divino Mestre dá-nos a força para olhar confiadamente o futuro. Amados sacerdotes, Cristo conta convosco. A exemplo do Santo Cura d’Ars, deixai-vos conquistar por Ele e sereis também vós, no mundo actual, mensageiros de esperança, de reconciliação, de paz.

Com a minha bênção.

Vaticano, 16 de Junho de 2009.

BENEDICTUS PP.XVI

quinta-feira, junho 11, 2009

quinta-feira, maio 28, 2009

Mosteiro de Silos

Os monges de Silos tornou internacionalmente famoso com a questão do canto gregoriano vários álbuns, a mais famosa foi Chant. Primeira lançado em LP, o CD se tornou popular quando re-lançado por Angel Records em 1994.

sexta-feira, maio 22, 2009

Pope2you

O Santo Padre dirigiu uma mensagem especial aos jovens por causa 43 Jornada Mundial das comunicações sociais.
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