Apesar de não ter encontrado “nele nenhum motivo de morte”, ou seja, apesar de plenamente convencido da sua inocência, Pilatos, para contentar os príncipes dos sacerdotes e os chefes do povo e para evitar que estes amotinassem o povo contra ele, condena Jesus à morte.
Aqueles que acusam Jesus bem sabem que O acusam injustamente. E aquele que O condena à morte sabe bem que Jesus está inocente. Eles bem sabem que estão a faltar à verdade e a agir contra a sua própria consciência. Mas para eles vale bem pouco a verdade e a consciência, quando estão em jogo os seus interesses e os seus direitos adquiridos.
Aqueles que pedem a sua morte, fazem-no porque:
• se sentem incomodados com Jesus, com a verdade que Ele anuncia e com o projecto de vida que ele lhes propõe;
• sentem que Jesus põe em causa as suas crenças e tradições religiosas, a sua visão de Deus e do homem, a sua visão do mundo e da sociedade, as suas certezas e seguranças humanas.
Por sua vez, Pilatos condena Jesus:
• para não ser perturbado por aqueles que se sentem ameaçados por Ele;
• para manter o poder e os seus privilégios;
• para não ter que mudar os seus horizontes e perspectivas existenciais;
• para não ter que reconhecer os seus limites e deveres diante dos direitos dos outros, o homem é capaz e chega a matar um inocente.
Neste caso, o inocente não é um homem qualquer. O inocente a quem dão a morte é o Messias, o Filho de Deus.
No entanto, na hora daquela cegueira humana, houve um homem, conhecido como o bom ladrão, que reconheceu e testemunhou em favor da inocência de Jesus: “Ele nada praticou de condenável”. A intuição e a confissão deste homem (sinal da sua conversão e do seu arrependimento) valem-lhe, à última hora, a sua salvação. Na verdade, Jesus garante-lhe: “Hoje estarás comigo no Paraíso”.
O Domingo de Ramos e da Paixão, nos dois episódios que evoca e celebra, revela bem a flagrante contradição do ser humano.
Na sua entrada em Jerusalém, uma multidão ruidosa e entusiasta aclama Jesus como o descendente de David, Aquele que vem em nome do Senhor. Alguns dias mais tarde, também uma multidão ruidosa, manipulada pelos seus chefes religiosos, exige de Pilatos a crucifixão e a morte de Jesus.
Quiseram Jesus, andaram com Ele e estiveram ao seu lado, quando:
• Jesus lhes matou a fome, multiplicando os pães;
• Jesus lhes contava parábolas e proferia discursos que lhes agradavam;
• realizava milagres e obras extraordinárias;
• iludidos, pensaram que Jesus viria libertar o povo de Israel do domínio romano.
Porém, na hora da verdade, na hora em que eles deviam tomar partido pela verdade, na hora em que deviam testemunhar a seu favor, quase todos O abandonaram ou depuseram contra Ele. Nessa hora, a hora decisiva da sua missão, Jesus sentiu, mais do que qualquer outra, a dor da incompreensão e da ingratidão dos homens. Muitos seguiram Jesus e andaram com Ele, mas não chegaram a acreditar nele, não O reconheceram nem O acolheram como Aquele que Deus enviou para os salvar.
E nós, de que lado estamos? Estamos dispostos a aceitar Jesus na sua verdadeira identidade, a aderir à verdade que Ele nos ensina e a abraçar o projecto de vida que Ele nos propõe? Ou também O rejeitamos, condenamos e esquecemos, quando e naquilo que o seu Evangelho nos incomoda, exigindo uma mudança profunda na nossa vida?
• Se não queremos ou não consentimos que Jesus mude a nossa vida, damos a entender que não queremos que Ele nos salve (não queremos Jesus para nos salvar);
• se não aceitamos a verdade de Jesus, quando ela nos dói, é porque ainda não acreditamos verdadeiramente nele;
• se só o seguimos quando nos convém, então não somos seus verdadeiros discípulos. Usamos o seu nome, mas não sentimos que lhe pertencemos.
No entanto, nós pertencemos ao Senhor. Ele adquiriu-nos com o preço do seu sangue, resgatou-nos com o preço da sua vida. E Jesus não deu a sua vida para ficar tudo na mesma. Não há salvação onde e naqueles em que tudo fica na mesma.
A salvação só acontece em nós, se nos deixarmos cativar e seduzir, transformar e renovar, iluminar e conduzir por Jesus, fazendo dele o Caminho e a Verdade da nossa vida. Tudo o resto (poderá não ser simpático dizê-lo nem agradável ouvi-lo) é pura perda de tempo, é tornar inútil a morte de Cristo.
Aqueles que acusam Jesus bem sabem que O acusam injustamente. E aquele que O condena à morte sabe bem que Jesus está inocente. Eles bem sabem que estão a faltar à verdade e a agir contra a sua própria consciência. Mas para eles vale bem pouco a verdade e a consciência, quando estão em jogo os seus interesses e os seus direitos adquiridos.
Aqueles que pedem a sua morte, fazem-no porque:
• se sentem incomodados com Jesus, com a verdade que Ele anuncia e com o projecto de vida que ele lhes propõe;
• sentem que Jesus põe em causa as suas crenças e tradições religiosas, a sua visão de Deus e do homem, a sua visão do mundo e da sociedade, as suas certezas e seguranças humanas.
Por sua vez, Pilatos condena Jesus:
• para não ser perturbado por aqueles que se sentem ameaçados por Ele;
• para manter o poder e os seus privilégios;
• para não ter que mudar os seus horizontes e perspectivas existenciais;
• para não ter que reconhecer os seus limites e deveres diante dos direitos dos outros, o homem é capaz e chega a matar um inocente.
Neste caso, o inocente não é um homem qualquer. O inocente a quem dão a morte é o Messias, o Filho de Deus.
No entanto, na hora daquela cegueira humana, houve um homem, conhecido como o bom ladrão, que reconheceu e testemunhou em favor da inocência de Jesus: “Ele nada praticou de condenável”. A intuição e a confissão deste homem (sinal da sua conversão e do seu arrependimento) valem-lhe, à última hora, a sua salvação. Na verdade, Jesus garante-lhe: “Hoje estarás comigo no Paraíso”.
O Domingo de Ramos e da Paixão, nos dois episódios que evoca e celebra, revela bem a flagrante contradição do ser humano.
Na sua entrada em Jerusalém, uma multidão ruidosa e entusiasta aclama Jesus como o descendente de David, Aquele que vem em nome do Senhor. Alguns dias mais tarde, também uma multidão ruidosa, manipulada pelos seus chefes religiosos, exige de Pilatos a crucifixão e a morte de Jesus.
Quiseram Jesus, andaram com Ele e estiveram ao seu lado, quando:
• Jesus lhes matou a fome, multiplicando os pães;
• Jesus lhes contava parábolas e proferia discursos que lhes agradavam;
• realizava milagres e obras extraordinárias;
• iludidos, pensaram que Jesus viria libertar o povo de Israel do domínio romano.
Porém, na hora da verdade, na hora em que eles deviam tomar partido pela verdade, na hora em que deviam testemunhar a seu favor, quase todos O abandonaram ou depuseram contra Ele. Nessa hora, a hora decisiva da sua missão, Jesus sentiu, mais do que qualquer outra, a dor da incompreensão e da ingratidão dos homens. Muitos seguiram Jesus e andaram com Ele, mas não chegaram a acreditar nele, não O reconheceram nem O acolheram como Aquele que Deus enviou para os salvar.
E nós, de que lado estamos? Estamos dispostos a aceitar Jesus na sua verdadeira identidade, a aderir à verdade que Ele nos ensina e a abraçar o projecto de vida que Ele nos propõe? Ou também O rejeitamos, condenamos e esquecemos, quando e naquilo que o seu Evangelho nos incomoda, exigindo uma mudança profunda na nossa vida?
• Se não queremos ou não consentimos que Jesus mude a nossa vida, damos a entender que não queremos que Ele nos salve (não queremos Jesus para nos salvar);
• se não aceitamos a verdade de Jesus, quando ela nos dói, é porque ainda não acreditamos verdadeiramente nele;
• se só o seguimos quando nos convém, então não somos seus verdadeiros discípulos. Usamos o seu nome, mas não sentimos que lhe pertencemos.
No entanto, nós pertencemos ao Senhor. Ele adquiriu-nos com o preço do seu sangue, resgatou-nos com o preço da sua vida. E Jesus não deu a sua vida para ficar tudo na mesma. Não há salvação onde e naqueles em que tudo fica na mesma.
A salvação só acontece em nós, se nos deixarmos cativar e seduzir, transformar e renovar, iluminar e conduzir por Jesus, fazendo dele o Caminho e a Verdade da nossa vida. Tudo o resto (poderá não ser simpático dizê-lo nem agradável ouvi-lo) é pura perda de tempo, é tornar inútil a morte de Cristo.
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