terça-feira, dezembro 27, 2011
sábado, setembro 24, 2011
quinta-feira, agosto 25, 2011
Nomeações da Diocese da Guarda
Agradeço a todos os que cessam funções o zelo e dedicação com que exerceram o Ministério em benefício do bem comum das comunidades e dos serviços que lhes estiveram pastoralmente confiados.
Peço a bênção de Deus para todos os que aceitaram os novos cargos para que foram nomeados, desejando que os desempenhem na máxima fidelidade ao Senhor e Único Pastor da Igreja.
Peço também aos fiéis e às comunidades que foram contemplados com novos servidores do Evangelho que os recebam bem e com eles colaborem para que o Reino de Deus cresça cada vez mais no meio de nós e no mundo em que vivemos.
As tomadas de posse realizar-se-ão em dia a combinar entre os que iniciam funções e os que as cessam e também o Bispo Diocesano.
Procurar-se-á que o acto da tomada de posse tenha a presidência do Bispo Diocesano ou de algum dos seus vigários.
Guarda e Paço Episcopal, 22 de Agosto de 2011
+Manuel R. Felício, B. da Guarda
sexta-feira, agosto 05, 2011
Exposição de Pintura - Jean Sculfort
terça-feira, maio 24, 2011
quarta-feira, maio 18, 2011
A TENDA DAS PADEIRINHAS - AJUDE-NOS A AJUDAR
Na tenda poderá comprar produtos caseiros:
- pão de trigo; mistura de centeio, mistura de milho;
- bola de carne;
- Bolos, biscoitos, filhós
- pasteis de bacalhau
- queijo fresco...
DE GRAÇA DAMOS ALEGRIA E GRATIDÃO...
ESPERAMOS POR SI E PELOS SEUS AMIGOS...
VAMOS DAR AS MÃOS E FORMAR UMA GRANDE COMUNIDADE
Saiba mais aqui
terça-feira, maio 17, 2011
domingo, maio 15, 2011
quinta-feira, maio 12, 2011
Desempregada abriu loja de produtos típicos da região
“Decidi arriscar. Sempre estive ligada ao artesanato. A minha mãe fazia renda e eu bordados em ponto cruz. Quando fiquei desempregada, surgiu logo a ideia de abrir uma loja para vender as peças de artesanato que vou fazendo e para promover os produtos do distrito, que são muito bons. Assim que sai da fábrica comecei logo a tratar das coisas para abrir a loja”, explicou a comerciante, que abriu o estabelecimento com o apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional. “Se não arriscasse, agora estava em casa, sem receber o subsídio de desemprego”, admitiu.
Apesar da loja estar a funcionar há pouco tempo, Vera Martins acredita no sucesso do projecto empresarial. “Embora o tempo ainda seja pouco e a crise também seja alguma, as pessoas vão sempre comprando alguma coisa. O negócio vai indo aos poucos. Tenho dias bons e outros menos bons. Não vale a pena desanimar”, disse, referindo que na quadra da Páscoa já atendeu “pessoas da Guarda, muitos espanhóis e muitas pessoas de Lisboa que vieram à cidade”. “Já tenho casos de pessoas que levaram artigos e voltaram mais tarde. Posso dizer-lhe que os requeijões estão a ter uma procura muito grande”, disse, com satisfação.
A «Lembranças da Terra» tem o forte nos produtos regionais e no artesanato, mas também possui uma secção de gomas e de guloseimas, criada a pensar nos mais novos.
A comerciante vende diariamente pão de uma padaria de Póvoa do Concelho (Trancoso), produtos da Casa da Prisca, de Trancoso (desde doces a enchidos), queijos de Aguiar da Beira, Trancoso, Vila Franca das Naves e Seia, requeijão, enchidos de uma salsicharia de Reigada (Figueira de Castelo Rodrigo), bolos, sacos de frutos secos (amêndoas, nozes, avelãs e figos secos) com a designação da loja, vinhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Franca das Naves e Pinhel, aguardente, espumante e vinho licoroso da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo. Também vende recordações de localidades como Barca D’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), Guarda, Trancoso, Celorico da Beira e Linhares da Beira. “Tirei as fotografias e mandei fazer os azulejos”, contou ao Jornal A Guarda.
No artesanato, Vera Martins comercializa uma grande variedade de artigos que saem das suas mãos: aventais e panos de cozinha bordados, toalhas, panos de renda, artigos para bebé, artigos feitos em rede (cestas e ramos de flores), caixas de madeira com aplicações em ponto de cruz, quadros de ponto de cruz, entre outros. Adiantou que, por encomenda, também faz lembranças para casamentos, baptizados e aniversários.
A pensar no Dia da Mãe, a comerciante disponibilizou vários artigos próprios para a data. Da oferta fizeram parte um quadro em ponto cruz (com a quadra “Com 3 letrinhas apenas/se escreve a palavra mãe/é das palavras pequenas/a maior que o Mundo tem”), terços feitos em linha e pequenas almofadas, corações e porta lenços em renda.
A jovem comerciante confessa que gostava de fazer da loja “uma montra” de produtos típicos dos 14 concelhos do distrito da Guarda. “Se não formos nós a promover os nossos produtos, quem é que os vai promover?”, questiona.
Garante que na sua loja a simpatia e a qualidade dos produtos estão “acima de tudo”. “Quando vou a um sítio, se a pessoa não mostrar simpatia, nunca mais lá vou”, confessa.
Quanto à qualidade dos produtos, assegura que muitos deles passaram a ser vendidos após os ter provado. “Foi o que fiz com os enchidos da Reigada. Primeiro provei-os. Gostei e decidi então colocá-los à venda. O pão de Póvoa do Concelho também já conhecia”. Já quanto aos vinhos, contou que não os provou mas pediu “informações” a quem sabia do assunto.
sexta-feira, abril 08, 2011
Alegro-me de não ter estado lá
Jesus surpreende-nos e desconcerta-nos, frequentemente, com as suas reacções! Neste caso concreto, como acreditar que Jesus era realmente amigo de Lazaro, de Marta e de Maria! Não estará Jesus a pôr em causa a amizade que o unia àquela família?!
“Alegro-me por não ter estado lá”. Se tivesse estado lá, não teria acontecido o diálogo, tão franco e tão revelador, entre Jesus e Marta. Através dele, Jesus apresenta-se como “a ressurreição e a vida”, o Senhor da vida e da morte, e garante que quem nele acredita nunca morrerá. Por Ele, os homens têm acesso à vida eterna de Deus.
“Alegro-me por não ter estado lá”. Não tendo estado lá antes, quando parecia mais lógico e necessário que estivesse, Jesus tem a oportunidade de mostrar, de um modo ainda mais evidente e convincente, como era amigo daquela família e como era profundamente humano.
Ainda bem que Jesus não estava lá! Assim, Ele pôde dar este extraordinário testemunho de amizade. Jesus, o Filho de Deus, que tem poder para ressuscitar Lázaro, mostra-se profunda e admiravelmente humano, chorando por Lázaro morto!
quarta-feira, abril 06, 2011
segunda-feira, março 28, 2011
"Nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é realmente o Salvador do Mundo"
- Não basta conhecer Deus só de ouvido, ou seja, pelo que os outros dizem, ainda que sejam excelentes pregadores;
- Não basta conhecer as verdades sobre Deus, ainda que sejam expostas pelos mais qualificados teólogos;
- Não basta participar nas acções litúrgicas, ainda que sejam as mais esplendorosas; n
- Não bastam os exemplos dos santos, ainda que sejam os mais famosos.
segunda-feira, março 14, 2011
"... mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus".
Assim, apesar da pressa e da agitação em que vivemos, devemos, ao longo deste tempo da Quaresma, fazer deserto e silêncio interior, parar para escutar e meditar as palavras de Jesus, ou melhor, o próprio Jesus. Precisamos de tempo e de coragem para examinar e confrontar a nossa vida, sobretudo as nossas motivações, à luz das suas palavras.
quinta-feira, março 10, 2011
terça-feira, março 01, 2011
A Cortegada acolhe em festa o Sr. Bispo
domingo, fevereiro 27, 2011
sábado, fevereiro 26, 2011
quarta-feira, fevereiro 23, 2011
Quaresma 2011: resistir à «idolatria dos bens».
A Quaresma, que este ano se inicia a 9 de Março, com a celebração das cinzas, é um período de preparação para a Páscoa, maior festa do calendário dos católicos, com a duração de 40 dias, marcados pelo jejum, o apelo à partilha e à penitência.
Nesse sentido, diz o Papa, “para o cristão o jejum nada tem de intimista, mas abre em maior medida para Deus e para as necessidades dos homens, e faz com que o amor a Deus seja também amor ao próximo”.
“Sem a perspectiva da eternidade e da transcendência, ele (o tempo, ndr) cadencia simplesmente os nossos passos rumo a um horizonte que não tem futuro”
Fonte: Ecclesia
quarta-feira, fevereiro 09, 2011
segunda-feira, fevereiro 07, 2011
"Vós sois a luz do mundo"
A primeira leitura dá-nos a resposta. Através do profetas Isaías, Deus diz-nos que o homem é luz e que a sua luz brilha no mundo, quando reparte o pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva a roupa ao que não tem que vestir e não volta as costas ao seu semelhante; quando tira do meio de si a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas.
Estas obras irradiam a luz de Cristo e são luz para os homens porque mostram o rosto de:
- um Deus que ama os homens e é misericordioso para com eles;
- um Deus que se torna próximo de cada homem e se mostra interessado em mudar a sorte do pobre, do doente e do oprimido;
- um Deus que propõe e promove a liberdade e a fraternidade entre os homens;
- um Deus que quer precisar dos homens para concretizar os seus planos e alcançar os seus objectivos.
Além disso, revelam que a religião do verdadeiro Deus é uma religião que está ao serviço da pessoa humana. Deus interessa-se pelo bem do homem no seu todo e não apenas nem tanto pela sua dimensão religiosa. O que o verdadeiro Deus mais deseja e espera daqueles que nele acreditam é que amem e respeitem o seu semelhante.
O cristão irradia a luz de Cristo:
- sempre que diz e defende a verdade, apesar de muitas vezes ser mais cómodo e trazer mais proveito calá-la ou colocar-se do lado da mentira;
- quando respeita e defende a vida humana em todas as suas etapas, remando contra a forte corrente de uma falsa modernidade;
- quando vive segundo a moral do Evangelho, apesar do relativismo moral vigente na sociedade;
- quando, sem medo nem vergonha, professa a sua fé e defende os princípios e os valores que lhe são inerentes, mesmo nas circunstâncias mais difíceis e nas questões mais controversas com que é confrontado.
Vivendo assim, os cristãos fazem a diferença, levam os homens a interrogarem-se e a reflectirem, dão-lhes razões válidas e consistentes para acreditarem em Deus. O testemunho de vida dos cristãos constitui o anúncio mais convincente e eficaz do Evangelho de Jesus. A sua coerência de vida é o caminho mais adequado para levar os homens até Deus, a amá-lo e a glorificá-lo como o Pai que está nos Céus.
Os Actos dos Apóstolos confirmam que o testemunho de vida das comunidades cristãs primitivas (tinham um só coração e uma só alma, entre eles tudo era comum, entre eles não havia ninguém necessitado) fazia aumentar todos os dias o número daqueles que abraçavam a fé (Act 2,46-47;4,32-35). Ainda hoje, num mundo em que a palavra está completamente desacreditada, a vida das comunidades cristãs constitui o principal e mais eficaz meio de evangelização. Se falta este testemunho, todas as acções pastorais estão votadas ao fracasso.
sábado, janeiro 29, 2011
"Bem-aventurados os pobres em espírito"
No domingo passado, Jesus dirigiu-nos este convite: “arrependei-vos, porque o reino de Deus está próximo”. Hoje, apresenta-nos o programa desse reino de Deus e, ao mesmo tempo, concretiza em que se deve traduzir o arrependimento que pede às pessoas. Na verdade, através das bem-aventuranças, Jesus indica ao homem as atitudes e os sentimentos que deve ter, o que deve fazer e o modo como deve viver, para acolher o reino de Deus, para o ajudar a construir na terra e para, depois, o receber como herança eterna no Céu.
Para grande surpresa dos ouvintes, Jesus começa por proclamar “Bem-aventurados os pobres em espírito...” Segundo a versão de Mateus, Jesus não se limita a afirmar: “bem-aventurados os pobres”. Para evitar possíveis equívocos, especifica o tipo de pobres que são realmente felizes, aqueles pobres que pertencem efectivamente ao reino de Deus: “os pobres em espírito”.
“Pobre em espírito” é aquele que:
- se conhece e assume na verdade do que é (a sua grandeza e os seus limites);
- não confia apenas em si nem se considera como senhor absoluto da sua vida;
- tem consciência de que não deve a ele próprio o seu início nem depende apenas dele o seu termo;
- reconhece que sozinho não consegue encontrar resposta para todas as suas questões existenciais nem consegue satisfazer todas as suas necessidades.
Como consequência, é alguém que se sente indigente e necessitado de Deus. Descobre e reconhece que só Deus pode dar sentido e consistência à sua vida. Por isso mesmo, acolhe e aceita Deus como seu Senhor e meta última da sua existência.
Além disso, descobre e reconhece também que precisa dos outros para viver e se realizar como pessoa; sente que precisa deles para amar e ser amado; precisa do que os eles sabem e produzem; precisa de comungar com eles os seus sonhos e projectos e é consciente de que só com a ajuda deles os pode realizar.
Ser “pobre em espírito” implica ainda desprendimento em relação aos bens materiais; não vive em função da riqueza nem lhe entrega o seu coração; dá o primeiro lugar ao reino de Deus, convencido de que tudo o resto se lhe deve subordinar e estar ao seu serviço.
- Aqueles que assim entendem a sua vida, esses, no seu existir quotidiano, são mansos e humildes, compassivos e misericordiosos, puros e rectos nas suas intenções, solidários e justos, pacíficos e fraternos. Esses consagram a sua vida e estão dispostos a sofrer por causa do reino de Deus.
- Aqueles que vivem a primeira bem-aventurança, vivem necessariamente todas as outras, pois estas decorrem daquela, isto é, são a sua concretização. Com efeito, o ser pobre em espírito coloca o homem numa justa relação com Deus, com o seu semelhante e com os bens materiais. Quem vive em sintonia com Deus não pode deixar de viver em sintonia com os outros, com os seus sentimentos, as suas aspirações e as suas necessidades. De igual modo, não pode deixar de construir a sociedade humana segundo o plano de Deus.
Acolher o reino de Deus e torná-lo presente no mundo não é tarefa fácil. Aqueles que, seduzidos por Cristo, embarcam neste projecto são perseguidos, insultados e caluniados. A verdade do Evangelho e a justiça que ele reclama exigem uma mudança profunda na vida de cada pessoa e no todo da sociedade.
- Ora, muitos não suportam que seja questionada a sua vida ou lhes apontem as contradições da mesma.
- Muitos não suportam que seja questionado o poder que têm e o modo como o exercem, a riqueza que possuem e o modo como a adquirem, os privilégios de que gozam em detrimento do cidadão comum, a hipocrisia moral e religiosa em que vivem.
- Outros não suportam que alguém lhes mostre que Deus é muito diferente do modo como eles o imaginam e querem que seja.
Esses tudo farão para desacreditar ou fazer calar os anunciadores do Evangelho - os servidores do reino de Deus.
O evangelista Mateus diz-nos que Jesus só começou a falar depois dos discípulos se terem aproximado dele. Estes são os principais destinatários do discurso de Jesus e eles têm consciência disso. Aproximam-se de Jesus, querem escutá-lo com atenção, olhando-O nos olhos e deixando-se olhar por Ele. Só assim é possível entrar em sintonia com Aquele que fala e, nessa medida, captar, para além das palavras, o mistério da mensagem que anuncia e o alcance do projecto de vida que lhes propõe.
Também nós, só com essa mesma atitude de discípulos, poderemos captar a beleza do reino de Deus e aceitar o desafio de fazer dele o sonho da nossa vida, investir ao seu serviço os nossos talentos e sofrer por causa dele.
Pe. Martins in Jornal "A Guarda"
sábado, janeiro 22, 2011
Os preferidos de Deus
É curioso que Jesus tenha dado início à sua pregação na região da Galileia, conhecida, desde o tempo de Isaías, como “a Galileia dos gentios”. A Galileia, embora fazendo parte da Terra prometida, era apelidada de terra dos gentios porque, desde o séc. VIII a. C., eram muitos os não judeus que habitavam naquela região.
Ao começar por aí, Jesus mostra que vem para todos os povos (e não apenas para o povo de Israel) e que Deus quer salvar todos os homens (e não apenas os judeus). Além disso, manifesta também que, embora vindo para todos, dá especial atenção aos que eram olhados com desdém e tratados com desprezo pela sociedade. Esses são os preferidos de Deus.
Os que andavam nas trevas eram, antes de mais:
- aqueles que não viam claro o sentido da vida e não tinham consciência da sua dignidade;
- aqueles que eram vítimas das injustiças e arbitrariedades dos senhores deste mundo e que, por isso mesmo, não tinham reconhecido o seu lugar na sociedade;
- eram também aqueles que, desconhecendo a verdade de Deus, viviam enganados e esmagados pelas religiões dos homens. E, como é óbvio, na origem de todas estas formas de trevas está o pecado do homem.
O reino de Deus, para se tornar realidade no mundo dos homens, exige que estes o acolham na sua vida e colaborem na sua construção. Nesse sentido, Jesus exorta: “arrependei-vos”.
- Em primeiro lugar, o homem é convidado a confrontar a sua vida com a proposta de vida que Jesus lhe faz, de modo a descobrir a discrepância que existe entre elas.
- Depois, Jesus convida o homem a converter-se a Deus, ou seja, a conformar a sua mente e o seu coração com a verdade e o amor de Deus. Então, o homem voltará a pertencer plenamente a Deus e viverá em plena sintonia e comunhão com Ele. O reino de Deus começa a acontecer no coração do homem.
- Só depois, o homem, assim renovado interiormente, poderá fazer crescer o reino de Deus na sociedade, isto é, construir a sociedade em conformidade com os desígnios de Deus, segundo os valores da “verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz”.
O Evangelho deste domingo relata-nos também o chamamento dos primeiros quatro discípulos de Jesus. Antes de mais, importa salientar o facto que Jesus tenha chamado os seus discípulos logo no início do seu ministério. Procedendo desse modo, Jesus mostra como considera importante e necessário que eles O acompanhem ao longo de toda a sua missão entre os homens. Esse é o tempo que os apóstolos têm para conhecer Jesus, a sua vida e missão. O tempo do seu ministério público indica a duração e o âmbito da formação dos apóstolos.
Em segundo lugar, impressiona-nos a resposta pronta e positiva daqueles quatro pescadores da Galileia. A um simples convite “Segui-me”, acompanhado de uma promessa cujo alcance não devem ter compreendido muito bem: “farei de vós pescadores de homens”, eles, sem perderem tempo a fazer cálculos e sem terem exigido nada em troca, decidiram arriscar por completo as suas vidas: deixaram tudo e seguiram Jesus.
“Arrependei-vos” e “segui-me” são dois convites que Jesus continua a dirigir aos homens de todos os tempos, também a cada um de nós. Os dois apelos são, em certa medida, inseparáveis. Na verdade, o arrependimento, a renúncia ao egoísmo e ao pecado que dele nasce, a conversão a Deus, só acontecem quando o homem se encontra com Jesus e aceita fazer dele o caminho da sua vida. Por outras palavras, o homem só adere efectivamente ao reino de Deus e lhe consagra toda a sua vida, quando descobre e aceita que Jesus vale mais do que todos os seus bens, as suas verdades, os seus pontos de vista, as suas seguranças humanas; quando descobre e aceita que Ele é o tesouro ao qual vale a pena subordinar tudo (os bens e a própria vida).
Pe. Martins in Jornal "A Guarda"
sábado, janeiro 15, 2011
"O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (2º Dom)
João vai mais longe na revelação de Jesus ao apresentá-lo como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Especifica que a missão do Filho de Deus é libertar o homem do pecado.
A imagem do cordeiro, com que João se refere a Jesus, inspira-se no cordeiro pascal dos judeus. Segundo o livro do Êxodo, antes da saída do Egipto e como preparação da mesma, Deus ordenou aos israelitas que imolassem um cordeiro e com o seu sangue pintassem as portas das suas respectivas casas, para que o Anjo Exterminador, ao passar pela terra do Egipto, poupasse os primogénitos dos judeus Deste modo, o cordeiro, que, ainda hoje, faz parte da ementa da ceia pascal judaica, simboliza a salvação e a libertação do povo, graças à intervenção de Deus. O cordeiro morre, mas o seu sangue serve de sinal para ao Anjo, e assim, graças a ele, salvam-se muitas pessoas.
Jesus é Aquele que morre, derramando o seu sangue na cruz, para salvar todos os homens. Com a doação da sua vida, Ele redime e liberta o homem do pecado, que é a fonte e a causa de toda a forma de escravidão. Nessa medida, Ele é o verdadeiro Cordeiro pascal, ou seja, Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Na verdade, o pecado oprime o homem e faz dele o opressor do seu semelhante. O homem, quando recusa dar a Deus o primeiro lugar na sua vida, ou seja, na medida em que não aceita depender de Deus, vê tudo e todos em função de si mesmo: da sua ambição e ganância, das suas paixões e conveniências, dos seus interesses e gostos pessoais.
- Assim, o homem procura o poder, passando por cima dos direitos dos outros, e exerce-o sobrepondo-se e impondo-se a eles;
- procura a riqueza sem justiça e usa-a sem qualquer sentido de partilha;
- procura o prazer sem quaisquer limites, usando e tratando as pessoas como coisas;
- considera que as suas “verdades” valem mais do que as verdades dos outros e que só tem direitos e não tem deveres.
Este modo de se entender e de entender os outros não só perturba gravemente as relações interpessoais como gera formas terríveis de opressão no seio da sociedade.
Pela oferta da sua vida, acto supremo do amor de Deus pelos homens, Jesus tira o pecado do mundo, vence o pecado do homem. No entanto, esta libertação só acontece efectivamente na vida de cada homem na medida em que este acredita em Jesus, recebe o sacramento do baptismo e vive realmente segundo a verdade e o amor de Deus. Com efeito, só a verdade revelada por Jesus, indissociável do amor de Deus que Ele mesmo testemunhou, torna o homem verdadeiramente livre: “a verdade vos tornará livres” (Jo 8,32).
Jesus quer “tirar o nosso pecado, vencer o nosso egoísmo, devolver-nos a nossa dignidade e tornar-nos plenamente livres", para que Deus e os homens possam ocupar o lugar que merecem no nosso coração. Ele quer também tirar o pecado do mundo, ou seja, erradicar todas as formas de opressão que sobrevivem e se propagam na sociedade contemporânea e que tão negativamente afectam a vida dos homens:
- a ditadura do relativismo, tão defendida e generalizada nos nossos tempos, que põe em causa valores e direitos fundamentais da pessoa, como a vida, o casamento e a família;
- a ditadura do poder económico que, todos os dias, cria mais pobres e faz aumentar a miséria no mundo;
- a ditadura do laicismo negativo dos Estados que, em nome de uma falsa liberdade, não respeita a liberdade religiosa dos cidadãos;
- a ditadura da indiferença religiosa que condena os homens à mediocridade de uma vida sem sentido e sem esperança.
Jesus quer e pode tirar o pecado do mundo, mas não o faz sem o nosso consentimento e a nossa colaboração. O homem não pode ser livre e salvar-se sem Jesus, mas Jesus não o pode salvar e fazer livre à força!
Pe. Martins in Jornal "A Guarda"
segunda-feira, janeiro 10, 2011
Baptismo de Jesus
João tem plena consciência da superioridade de Jesus, da sua missão e do seu baptismo. Antes esclarecera: “eu baptizo-vos em água, para vos mover à conversão … Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo” (Mt 3,11). Por isso mesmo, João considera que é ele que tem necessidade de ser baptizado por Jesus e não o contrário. Mas Jesus faz-lhe ver que é necessário e conveniente que se cumpra toda a justiça, ou seja, que se realizem, também neste caso, os desígnios de Deus. A lógica de Deus é diferente da lógica dos homens. O Messias, contrariamente ao que muitos judeus esperavam, não vem com esplendor e força para libertar o povo, mas sim na humildade da natureza humana para salvar os homens pecadores.
- O Baptismo de Jesus é o ponto de partida do seu ministério público. Sendo um momento tão relevante, Deus Pai e o Espírito Santo fazem questão de marcar presença e de interagirem com Jesus. Deus reconhece e apresenta Jesus como o seu Filho muito amado, o Filho no qual Ele se revê. Jesus, ao longo da sua missão e como parte da mesma, revelará Deus como o Pai de todos os homens e fará dos homens filhos de Deus. Deus que, no Baptismo de Jesus, se mostra como uma família, quer, através de Jesus, integrar todos os homens na sua família, admitindo-os à plena amizade e comunhão com Ele!
- Por sua vez, o Espírito Santo desce sobre Jesus, ungindo-O e consagrando-O para a missão. Na sinagoga de Nazaré, Jesus, apropriando-se de palavras do profeta Isaías, assumirá: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova” (Lc 4,18). Por sua vez, os apóstolos manifestam a mesma convicção ao afirmarem: “Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem” (Act 10,38). A missão de Jesus é indissociável do Espírito Santo. Além disso, a presença do Espírito nesta ocasião serve também para indicar que com Jesus terá início um novo baptismo. Só o baptismo no Espírito Santo tem a capacidade de regenerar e recriar o homem, de o renovar e santificar, fazendo dele filho de Deus.
Este episódio do baptismo revela a identidade de Jesus: verdadeiro homem e, ao mesmo tempo, verdadeiro Filho de Deus. No entanto, podemos supor que, para além de João, não houve outras testemunhas da manifestação de Deus ou pelo menos testemunhas que tenham captado o seu alcance.
Será Jesus, ao longo da sua missão e sem dizer antecipadamente quem é, a revelar progressivamente a sua identidade, através do anúncio do reino de Deus, das obras extraordinárias que realiza, do modo como se relaciona com as pessoas e, sobretudo, no mistério da sua morte e ressurreição. Desse modo, alguns homens e mulheres foram descobrindo e acreditando que Jesus era o Messias, o Filho de Deus, o Salvador dos homens.
Nós já sabemos quem é Jesus. Mas o nosso conhecimento é, de um modo geral, demasiado teórico, tendo como base o que ouvimos dizer aos outros ou lemos nos livros. Também confessamos que Jesus é o Filho de Deus e o nosso Salvador. No entanto, a nossa fé é, quase sempre, pouco sentida, não resulta de um encontro pessoal com Jesus, não se faz visível na nossa vida.
Precisamos fazer com Jesus o percurso espiritual que vai do seu Baptismo até à sua Ascensão ao Céu, seguindo, ao longo deste ano litúrgico, o Evangelho de Mateus, em sintonia com a proposta pastoral da nossa diocese. E devemos fazer esta caminhada espiritual sentindo-nos interlocutores, destinatários, ouvintes e testemunhas de Jesus. Devemos deixar-nos questionar e interpelar por Ele, acolhendo a sua palavra e meditando-a no nosso coração, como Maria. Só assim, Jesus iluminará e transformará a nossa vida.
Pe. Martins in Jornal "A Guarda"