- Antes de mais, a missão de educar é assumida conjuntamente por Maria e José. Na verdade, os dois levam Jesus a Jerusalém para que, com eles e com o povo, participe na celebração da festa da Páscoa. Depois, no regresso, quando se apercebem de que Jesus não vinha na caravana, são os dois que, partilhando a mesma preocupação e aflição, voltam a Jerusalém e o procuram até o encontrarem.
- Maria e José são pais verdadeiramente crentes e plenamente conscientes dos seus deveres religiosos. Levando Jesus a Jerusalém, eles mostram que não descuram, muito menos desprezam, a educação e a vida espiritual de Jesus. Graças a este empenho dos pais, Jesus crescia na graça de Deus.
- Por sua vez, procurando Jesus e pedindo-lhe uma explicação, eles mostram como os pais jamais devem dispensar-se das suas obrigações ou demitir-se da sua autoridade. A alma da educação dos filhos é, sem dúvida alguma, o amor paterno. Este amor leva ao diálogo e à compreensão. Este amor, impele os pais a ser exigentes consigo mesmos e a não recear ser exigentes com os próprios filhos. Os pais que amam de verdade amam assim.
- A educação, em todos os seus níveis e vertentes, é necessariamente uma tarefa do pai e da mãe, ainda que a desempenhem segundo a especificidade de cada um.
- Na verdade ser pai e ser mãe são dois modos de ser diferentes e complementares. Por isso mesmo é que cada filho, na sua condição de filho, precisa de um pai e de uma mãe para crescer de um modo equilibrado e feliz. E tudo o que atenta contra esta verdade, pode estar muito na moda e ter muitos defensores na praça pública, mas não é seguramente bom para a família!
Na primeira leitura, o autor sagrado exorta os filhos a amarem os seus pais. Exorta-os com insistência e argumentando que essa é a vontade Deus. Especifica que o amor dos filhos se concretiza na honra e no respeito, na obediência e na dedicação.
O amor filial deve estender-se a toda a vida dos pais, porque os pais nunca o deixam de ser! No entanto, esse amor deve ser mais presente e mais concreto, quando eles, pela idade e pela doença, se encontram mais desprotegidos fragilizados. O autor sagrado especifica mesmos: “ampara a velhice do teu pai...”, “ se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes”. É nestas circunstâncias, muito mais do que quando eles estão no vigor da vida, que os filhos têm a oportunidade de manifestar o reconhecimento e a gratidão para com os seus pais. É nestes momentos que os filhos lhes podem retribuir um pouco pelo muito que deles receberam.
E esta retribuição dos filhos obtêm-lhes, por sua vez, uma extraordinária recompensa de Deus. “Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados...”, “a tua caridade para com o teu pai... converter-se-á em desconto dos teus pecados”. Surpreende-me e maravilha-me este merecimento do amor dos filhos aos olhos de Deus. Mas, quando considero e medito que os pais são na terra a mais perfeita imagem de Deus, então compreendo que no amor aos nossos pais Deus se sinta particularmente amado por nós, e, por conseguinte, seja tão generoso para connosco!
Amemos, pois, os nossos pais, porque eles primeiro nos amaram a nós e porque neles amamos a Deus como Deus mais quer ser amado por nós. Nós somos o fruto mais valioso do seu amor, somos o grande milagre das suas vidas! Um milagre que lhes custou muitos sacrifícios e sofrimentos, muitas inquietações e sobressaltos, muitas noites de vigília e mal dormidas, muitas saudades e lágrimas vertidas. E tantos sonhos seus que, por nossa causa, ficaram por realizar!
Amemo-los, acima de tudo e sem regatear esforços, quando, estando nós no vigor da vida e eles no ocaso da sua, mais precisam do nosso auxílio e do nosso afecto!
Quando pais e filhos, aprendendo com a Sagrada Família de Nazaré, cumprirem a parte que lhes toca, teremos melhores famílias e pessoas mais realizadas e felizes. Esse é o caminho para fazer do mundo e de todos os homens uma autêntica família!
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