Corpo de Deus. Nós n’Ele. Ele em nós (Jo 6, 56).
Celebramos o «Mistério da Fé», o Sacramento da Eucaristia. Recordamos a instituição dela, na Quinta-Feira Santa, como memorial da Paixão e Morte do Senhor.
Jesus, Verbo de Deus, que nos alimenta com a Palavra, também nos dá a comer e a beber o seu próprio corpo e o seu próprio sangue. Comemos o Pão eucarístico, e somos transformados n’Aquele que vem a nós.
Foi uma prenda de Jesus, ao despedir-Se dos seus. Uma «invenção» de última hora, inspirada na saudade do Amor. Invisível aos olhos, tornou-Se palpável no novo maná que nos mata a fome – como viático que é –, no caminhar de peregrinos para a Terra Prometida. Esta nossa condição de «povo em marcha para a casa do Pai» é representada, hoje, ao vivo, pela procissão eucarística, em tantas localidades do mundo, testemunhando, em público, a fé comum em que Jesus caminha connosco pelas estradas do mundo. É Ele a água viva que nos extingue a sede, o Pão da vida, que, igual para todos, faz de todos um só corpo. «Aquele que Me come, viverá por Mim» (Jo 6, 57). Deus Filho, nascido de Maria, é, na Eucaristia, Corpo de Deus (linda designação portuguesa da Festa que celebramos), para a salvação do mundo.
Recordar, agradecer, viver unidos.
Pão e vinho constituem a matéria do Sacramento da Eucaristia.
Simbolizam e recordam a Paixão e Morte do Senhor,
numa doação de amor levada até ao extremo.
Muitos grãos, moídos, estão na origem do pão.
Muitos bagos de uva, espremidos, produzem o vinho.
Somos um corpo formado de muitos membros, mas todos alimentados do mesmo Senhor.
Como compreender, permitir, aceitar as nossas divisões e contendas?
Ir a Ele, comungar, é caminho e é força de unidade.
Eucaristia significa «acção de graças».
Vamos transformar as nossas celebrações em momentos de agradecimento, de reconhecimento daquilo que devemos a Deus (e que temos nós, que não tenhamos recebido?), de Lhe dizermos «muito obrigado!». Que esquecida, esta dimensão do Sacramento! Não esqueçamos também que Ele está nos inúmeros sacrários do mundo, aguardando a nossa visita. Entremos e estejamos, por pouco tempo que seja, com quem quis ficar para sempre connosco.
Fonte: Boa Nova para cada dia