Acontece que desde 1998, em que o Não ganhou, não ficou tudo na mesma:
- Muitas associações foram fundadas (em muitos casos por apoiantes do Não) e muitas associações ajudaram milhares de mães em situações de gravidez dramática.
- Foram propostas, e recusadas, alternativas legais que, concorde-se ou não, permitiriam uma verdadeira despenalização, em vez da liberalização.
- Apesar da limitada intervenção do estado, houve muito mais informação sobre planeamento familiar e prevenção.
- Não voltaram a ser presas mulheres por aborto. Nem uma.
- Não há registo de qualquer morte por aborto. Curioso aliás como o DN ontem teve que ir buscar um caso de complicações por aborto clandestino em 1967 e hoje a Visão nos apresenta como capa dramática um caso de 1998 (antes do anterior referendo) e menciona apenas outro caso de 2000 onde a autópsia efectuada não encontrou relação causa-efeito com o processo de aborto.
Claramente não ficou tudo na mesma e claramente não vai ficar tudo na mesma (http://www.caritas.pt/guarda/ - "Nascer" - Centro de Apoio à Vida).
O Não permite continuar a trabalhar todos os aspectos de prevenção do aborto.
O Sim limita-se a deixar de considerar que o problema é um problema (porque legal e livre), libertando a consciência da sociedade da pressão que sente para tratar estas questões.
É preciso, também por isto, votar Não
Pedro Geada
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