Seminário, isto é viveiro, alfobre, foi, desde o início da sua origem, o nome dado à instituição eclesiástica destinada a formar quantos, julgando-se com vocação sacerdotal, desejavam ou eram destinados a pastores da grei de Cristo.
Mas, como qualquer canteiro, onde se depositam as sementes para germinarem e desenvolverem, necessita não apenas do húmus, alimento para o crescer da planta, mas ainda do clima propício e de um ambiente benéfico, também os seminários diocesanos demandam um meio favorável ao cumprimento do seu mister.
Será a comunidade cristã, no seu conjunto, a prestar-lhe este serviço, com a oração, segundo o mandato do Senhor, com atenção carinhosa a manifestar no acolhimento dos seminaristas, no incentivo esperançoso aos seus propósitos e mesmo na ajuda económica prestada. Se a grei egitaniense cultivar uma atmosfera de apoio e amparo às vocações nela surgidas, se todos procurarem incentivar os candidatos que demonstram, pela sua vida, capacidade de vir a ser bons sacerdotes, e mesmo os convidarem a ascender ao ofício de pastores, se promoverem nos jovens o desejo do serviço aos demais, comprometendo-os numa vivência espiritual de séria piedade e acrisolada virtude, se lhes colocarem, na frente de si mesmos, como modelo único, o Senhor Jesus, estaremos num âmbito favorável ao incremento e melhoria das vocações sacerdotais.
O seminário, comunidade instituída para modelar os futuros padres, deve ser ajuda para a caminhada até ao sacerdócio, oferecendo condições propícias para uma resposta positiva ao chamamento de Cristo e da Igreja, à aprendizagem de um coração com gérmenes de misericórdia, ao amadurecimento do desejo de servir os outros em ordem à salvação eterna. Dele não estão ausentes a educação nas linhas do humano, espiritual e também cultural bem como o ensino prático da disciplina interior em ordem ao bom desempenho do sagrado ministério.
Relembrar ao povo de Deus quanto se deve realizar para obtermos a graça de mais e melhores sacerdotes será o escopo desta semana consagrada à problemática dos seminários da qual ninguém se deve desobrigar.
Da crise que vai atravessando a Igreja, nesta época, todos somos responsáveis e, por isso, cada um, na sua medida, há-de empenhar-se em ultrapassar esta carência, pois Deus quis o trabalho de mediadores, para os tornar participantes do seu amor pelos homens.
Se ao Prelado, como grande responsável da Igreja diocesana, e à equipa dos seminários, como encarregada directamente desta missão, tal tarefa deve estar mais a peito, não será para se julgar estarmos desobrigados de tal encargo, pois todos juntos ainda somos poucos para a magnitude de tão grave e importante obrigação.
Colocar no coração de muitos jovens o desejo de se dedicarem à missão de pastores dos crentes, desenvolver neles as aptidões necessárias para este múnus, dispondo-os ao dom total de si próprios para que continue a Palavra a ecoar no coração dos homens e se prolongue no mundo a celebração do memorial do Senhor, pela Eucaristia, eis o alvo e o ponto de mira desta importante semana.
FONTE: Jornal A Guarda
Sem comentários:
Enviar um comentário